Cuiabá está em situação de emergência há 16 dias e não está descartada a possibilidade de recorrer a outras esferas de governo estadual em busca de recursos nos próximos dias. A estiagem de quase três meses já reduziu em 40% a vazão de água dos 87 poços artesianos e prejudica cerca de 90 mil moradores moradores de 40 bairros, maioria deles na região do Coxipó e CPA.
Ontem, a Procuradoria Geral do Município informou que vai pedir à Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e ao Instituto do Meio Ambiente(Ibama) que mantenham a proibição de queimadas até que chova em quantidade suficiente para limpar a cortina de fumaça que cobre Cuiabá e elevar a umidade relativa do ar (URA). A Sema liberou as queimadas baseada em previsão de chuvas.
Segundo o procurador geral do município, José Antônio Rosa, embora a captação dos rios Coxipó e Cuiabá esteja normal, a população passou a consumir três vezes mais água e se a estiagem permanecer a falta de água será generalizada. Segundo ele, a Sanecap montou um comitê de emergência com 18 caminhões-pipas para distribuir o produto sem custo aos usuários.
O Projeto Quadrante, criado pela prefeitura para dar suporte ao Corpo de Bombeiros, conta com 45 homens em caso de queimadas na área urbana. "O problema é serio. Em torno de Cuiabá está pegando fogo. Há 4 dias, a fumaça deixa todo mundo em depressão", diz Antônio Rosa, ao criticar a liberação das queimadas que provocou 1,5 mil focos de incêndio espalhados pelo Estado.
Quando chover as cinzas e a fuligem das queimadas serão arrastadas para os rios elevando os níveis de poluição. Em razão desse problema, o procurador avisou que nos dois primeiros dias de chuva, o abastecimento será prejudicado porque as estações de tratamento de água vão operar bem abaixo da capacidade.
Ao saber que há especuladores que têm caminhões-pipas aproveitando a escassez para explorar moradores, Antônio Rosa avisou que a Sanecap não pode se responsabilizar pela qualidade desse tipo de produto. Em situação de emergência, as escolas municipais estão trabalhando das 7h às 10 e das 14h30 às 17h30.
(Por Josi Costa,
Gazeta Digital, 04/10/2007)