Grupo ambientalista usou dados do Ibama e dos governos de seis estados. Ministério do Meio Ambiente preferiu não comentar o levantamento.
Levantamento do grupo ambientalista Greenpeace revela que 90% do desmatamento na Amazônia é feito ilegalmente. Ambientalistas sobrevoaram a floresta e flagraram o fogo consumindo a mata.
Sobrevoar a Amazônia é testemunhar a destruição da floresta. Os representantes do Greenpeace foram ao Mato Grosso e ao Pará - estados que concentram o maior número de queimadas. Nos municípios de Colniza e Cotriguaçu (ambos em MT), viram o fogo sem controle avançar sobre a floresta.
A situação é semelhante no Sudoeste do Pará, onde eles encontraram queimadas criminosas para formar novas pastagens. Os ambientalistas ainda sobrevoaram a Floresta Nacional do Jamanxin, em Novo Progresso. Do início do ano até agora, essa unidade de conservação já registrou 1.085 focos de calor, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
O Greenpeace analisou dados de seis dos nove estados que fazem parte da Amazônia e constatou que 90% do desmatamento é feito ilegalmente.
As informações de 2006 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e das secretarias estaduais de Meio Ambiente do Amapá, do Pará, de Mato Grosso, do Amazonas, do Acre e de Roraima mostram que a área de floresta autorizada para desmatamento nesses estados foi de 936 quilômetros quadrados. E a estimativa do Ministério do Meio Ambiente é que foram desmatados 9.600 quilômetros quarados entre agosto de 2006 e julho de 2007.
"Nossas florestas públicas, nossas terras estão sendo invadidas. Como as áreas são griladas, as pessoas que estão lá não conseguem autorização pra desmatar seguindo o que está na lei", diz Marcelo Marquesini, do Greenpeace.
O Ministério do Meio Ambiente preferiu não comentar os dados divulgados pelo Greenpeace.
(
G1, 02/10/2007)