O diretor da área de serviços da Petrobras, Renato Duque, confirmou ontem (02/10) que a paralisação das obras do gasoduto Campinas-Rio pode afetar o fornecimento de gás para as térmicas do Rio de Janeiro a partir do ano que vem, caso o impasse não seja resolvido a tempo.
Duque explicou que é só uma questão de preços, embora afirme que a empresa não está disposta a pagar o que pedem os proprietários do terreno por onde o gasoduto deveria passar.
Hoje não há problema para fornecimento das térmicas, mas o gasoduto tem de ficar pronto até o fim do ano, revelou Duque. Atualmente a Petrobras fornece gás para as termelétricas Leonel Brizola (antiga TermoRio) e Norte Fluminense.
O diretor da Petrobras afirmou que faltam 600 metros para que o gasoduto seja completado, unindo, na altura do município de Resende, os dutos vindos de Campinas e do Rio de Janeiro.
De acordo com reportagem publicada hoje pelo Valor Econômico, os problemas da Petrobras em relação ao gasoduto começaram quando o advogado José Maurício de Barcellos entrou na Justiça para impedir a passagem dos dutos pela sua fazenda, no distrito de Pirangaí, em Resende. A estatal fez então um desvio para que as obras passassem por um terreno vizinho, cujos proprietários teriam feito um acordo com a empresa para permitir as obras. Agora, os mesmos proprietários entraram com uma ação na Justiça similar à de Barcellos.
É uma questão de preços, só que a Petrobras não vai pagar o preço que eles querem, afirmou Duque, que participou na manhã de hoje da Rio Pipeline 2007, realizada no centro de convenções da prefeitura, na Cidade Nova.
De acordo com o diretor da Petrobras, os proprietários do terreno pedem uma indenização superior ao dobro da avaliação feita pela companhia. Duque frisou que a Petrobras vai esperar a decisão judicial para resolver a questão. Segundo ele, os 600 metros restantes da obra poderão ser concluídos em, no máximo, dois meses após a retomada das obras.
(Por Rafael Rosas,
Valor Online, 02/10/2007)