São 40 experiências agroecológicas, de 26 municípios capixabas e de seis estados: Acre, Amazonas, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os trabalhos estão sendo mostrados na Feira Agroecológica desde esta terça-feira (2) até a próxima quinta-feira (4) no Sesc de Guarapari, como atividade paralela ao V Congresso Brasileiro de Agroecologia.
O Congresso tem como tema "Agroecologia e territórios sustentáveis". Foram realizadas quase 2.000 inscrições, segundo Decimar Shultz, um dos coordenadores do congresso. Dos inscritos, cerca de 300 são agricultores familiares, aproximadamente 800 pesquisadores e profissionais e, cerca de 900 estudantes.
Os organizadores destacam a participação de representantes de todos os estados do Brasil, além da Argentina, Venezuela, Uruguai, Holanda e Espanha. Há palestrante do continente africano.
Decimar Shultz informou que os participantes do congresso estão adotando práticas que defendem o meio ambiente. Tal como o uso de canecas e vasilhames de barro, dispensando o uso de plástico. O lixo produzido está sendo coletado seletivamente: parte será reciclado e o restante terá destinação correta. Haverá, ainda, neutralização dos gases do efeito de estufa produzidos durante o congresso.
A alimentação também é natural e foi produzida por capixabas a partir de um projeto em desenvolvimento desde o ano passado.
Há, ainda, a valorização da cultura de etnias. O café servido na manhã desta terça-feira (2) foi da culinária quilombola, com o beiju e outros alimentos, e indígena, como o aipim, entre outras comidas. O café desta quarta-feira será italiano, com polenta frita e broa de fubá. Na quinta-feira, no desjejum, os participantes vão comer como os pomeranos no seu café: brote, puína, doces e leite com café.
A parte cultural valoriza o conhecimento artístico, apresentando desde tocadores de concertina a grupos indígenas e quilombolas.
E, como atividade científica, 427 trabalhos de sete países latino americanos e também trabalhos do continente africano. Entre eles, desde os que provam que as aves criadas em sistemas agroecológicos apresentam maior produtividade de ovos e de carne, até sobre sistema agrossilvipastoril. Neste sistema o consórcio de arborização com o capim aumenta a produtividade do pasto em mais de 40%, fornecendo ainda madeira. Sem contar o aumento da biodiversidade.
(Por Ubervalter Coimbra,
Século Diário, 02/10/2007)