A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse nesta terça-feira (02/10) que os biocombustíveis produzidos no Brasil não podem, em hipótese alguma, ser identificados com práticas ambientais e sociais incorretas. Ao reafirmar que o governo não estimulará o plantio de cana-de-açúcar na Amazônia, Marina lembrou que não há espaço na região para expansão desse tipo de cultura, o que contraria recentes informações de que o plantio seria permitido e incentivado em áreas da Amazônia já degradadas ou devastadas.
Segundo a ministra, os Ministérios da Agricultura, do Meio Ambiente , do Desenvolvimento Agrário e da Ciência e Tecnologia estão com esforço concentrado na elaboração de um zoneamento agrícola que apontará as áreas de restrição completa ao plantio, quais são as áreas que podem ser viabilizadas com cuidados especiais e aquelas em que já acontece o plantio. "Esse zoneamento vai direcionar as ações do governo na produção dos biocombustíveis”, afirmou.
O Ministério do Meio Ambiente já apontou as áreas de restrição, que são de proteção da biodiversidade, o mapa dos biomas e áreas de risco.
Marina Silva participou, em Curitiba, da reunião da Escola de Governo. Na ocasião, representantes do governo paranaense e a ministra assinaram uma série de decretos e ações voltados para a preservação, monitoramento e educação ambiental no estado.
Um dos decretos assinados prevê ampliação do Parque Estadual Pico Marumbi, na Serra do Mar, que foi inaugurado em 1990 e é formado por um complexo de montanhas que protegem a mata atlântica litorânea. Em 2006, o governo estadual iniciou o processo de ampliação do parque, que terá sua área aumentada em quase quatro vezes, passando de 2.340 hectares para 8.839 hectares.
Também foi lançado o Programa de monitoramento ambiental via satélite, que vai controlar a cobertura florestal e agrícola do Paraná. O estado tem atualmente 14% de cobertura florestal. A ministra do Meio Ambiente fez questão de mencionar o índice de redução no desmatamento de 88% garantido pelo Paraná nos últimos cinco anos. Marina Silva lembrou também as 400 operações promovidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e outras 27 realizadas pela Polícia Federal, que resultaram na prisão de 665 pessoas em todo o país, com o intuito de conter o desmatamento.
(Por Lúcia Nórcio, Agência Brasil, 02/10/2007)