A qualidade do ar em Cuiabá está crítica e preocupa as autoridades ambientais. A amostragem realizada pela Secretaria de Meio Ambiente (Sema) apontou que a concentração de poluentes na atmosfera - poeira, fumaça, névoa, fuligem - ultrapassou os padrões primários e secundários. Os primários são as concentrações de poluentes, que acima do especificado na legislação do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), podem afetar a saúde da população.
Já os secundários são as concentrações de poluentes em partículas menores que podem prejudicar a respiração dos vegetais, animais e penetrar nas narinas indo diretamente ao pulmão. Em Cuiabá, todos os limites foram ultrapassados.
Nos cinco dias, os equipamentos registraram índices de 262,4 microgramas de metro cúbico para o padrão primário, enquanto a legislação do Conama estabelece 240 microgramas por metro cúbico.
Já em relação ao padrão secundário o registro foi de 418 microgramas e o Conama determina 150 microgramas por metro cúbico. Além do material particulado, os aparelhos identificaram a quantidade de dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio, monóxido de carbono e dióxido de carbono existentes no ar.Todos esses poluentes são lançados no ar por meio da queima de combustíveis fósseis - diesel, gasolina - e queima da biomassa -queimadas urbanas e rurais.
O resultado do lançamento de materiais particulados em suspensão na atmosfera vão desde a irritação na garganta a infecções respiratórias.Para a natureza, os danos são a morte de animais e vegetais.
A equipe da Sema analisou a qualidade da água da chuva que caiu em Cuiabá no dia 19 de setembro. O ph de 4,2 apontou que era chuva ácida, pois está abaixo de 4,5.
A combinação do dióxido de enxofre e a água gera o ácido sulfúrico. Em grandes concentrações, ele pode provocar a acidez do solo, matando plantas e nos rios podem matar peixes e outros animais do meio aquático.
O coordenador de Recursos Hídricos da Sema, Leandro Maraschin, novas amostragens do ar em Cuiabá deverão ser realizados em outros locais em períodos diferentes.
(Por Débora Siqueira,
Gazeta Digital, 01/10/2007)