Nos dias 22 e 25 de outubro serão realizadas as novas sessões de julgamento dos acusados de participar do assassinato da irmã Dorothy Stang, missionária americana que atuava junto a trabalhadores rurais na região do Xingu, no Pará. Irmã Dorothy foi assassinada em fevereiro de 2005 próximo de Anapu (PA), quando seguia para uma reunião do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS), em Esperança.
Os novos julgamentos envolvem Raifran das Neves, acusado de ser um dos pistoleiros que mataram a missionária, e Vitalmiro Bastos de Moura, que é acusado de ser um dos mandantes do crime. Eles já foram condenados há mais de 20 anos de prisão, em primeiro julgamento. Entretanto solicitaram, como prevê a legislação brasileira, novo julgamento.
No dia 22 acontecerá o julgamento de Raifran das Neves, inicialmente condenado a 27 anos de reclusão em regime fechado. Vitalmiro Bastos será julgado no dia 25. Vitalmiro foi condenado a 30 anos de reclusão em regime fechado.
Dorothy Stang foi assassinada há dois anos no ParáA missionária americana Dorothy Stang, de 73 anos, foi morta no dia 12 de fevereiro de 2005 por pistoleiros, em Anapu, no oeste do Pará. Ela defendia a preservação da Floresta Amazônica e, segundo o Ministério Público, foi assassinada ao tentar implantar um projeto de desenvolvimento sustentável para trabalhadores rurais em terras públicas. Fazendeiros da região eram contrários ao projeto porque se diziam donos da área.
Na denúncia, o MP afirma que o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, e o pecuarista Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, foram os mandantes e pagaram R$ 50 mil pelo crime. Bida foi condenado a 30 anos de prisão em regime fechado por homicídio duplamente qualificado. Como a pena foi superior a 20 anos, ele terá direito a um novo julgamento. Regivaldo aguarda em liberdade decisão de recursos para definição de seu julgamento.
Os outros três envolvidos no caso já foram condenados pela Justiça. Em 2005, os pistoleiros Raifran das Neves Sales e Clodoaldo Carlos Batista foram condenados a 27 e 17 anos de reclusão, respectivamente. Amair Feijoli da Cunha, o Tato, acusado de contratar os pistoleiros, foi condenado em 2006 a 27 anos de prisão, mas foi beneficiado com redução de um terço da pena, por delação premiada.
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O Globo, 01/10/2007)