O maior risco à saúde na América Latina é o crescimento desordenado das cidades, informa relatório da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) divulgado nesta segunda-feira (01/10), em Washington, durante a 27ª Conferência Sanitária Pan-Americana. O crescimento urbano desordenado em meio à violência, à falta de saneamento e ao desmatamento contribuem para a queda da qualidade de vida nas cidades. Morar em um ambiente urbano, que tradicionalmente era considerado um fator favorável à saúde, tem tido efeito oposto no continente.
Residir nas cidades latinas gera um aumento do risco de morte por diabetes (30,5%), hipertensão (38%), por problemas relacionados a diabetes (30,5%) e, no caso dos homens, por homicídio (8,8%). O aumento da temperatura média nas áreas urbanas - as chamadas ilhas de calor - também favorece a proliferação de mosquitos transmissores de doenças, gerando um efeito mais intenso para a população pobre.
Segundo o relatório, as classes mais desfavorecidas vivem em lugares vulneráveis a desastres naturais, têm acesso limitado a serviços de saneamento básico e ficam expostas à violência. Pelo menos 100 milhões de pessoas no continente não têm acesso a serviços de saúde.
O relatório diz ainda que o Brasil passa por um processo de "metropolização da pobreza" e ainda luta para controlar doenças como malária, hanseníase, tuberculose e dengue (esta com 3,5 milhões de casos registrados entre 2001 e 2006). Durante o encontro, nos Estados Unidos, representantes de países da Opas discutem medidas para enfrentar os problemas de saúde na região, como a rubéola e a malária.
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Agência JB, 01/10/2007)