A marcha do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em direção a Fazenda Coqueiros, no município de Coqueiros do Sul, pode chegar ao fim. Uma ação protocolada na manhã desta segunda-feira (01/10), na comarca de Carazinho, região do Alto Jacuí, pede para que seja imediatamente suspensa a caminhada dos sem terra, que nas últimas semanas tem criado transtornos a população gaúcha.
De acordo com o Sub-Procurador Geral de Justiça, Eduardo de Lima Veiga, a medida restringe a marcha de todos envolvidos, do MST até os ruralistas. Além disso, reforça pedido para que a Brigada Militar passe a monitor e coibir a manifestação dos integrantes do movimento em qualquer parte do RS. “É uma medida de extrema urgência que adotamos para evitarmos um confronto futuro em Coqueiros do Sul, onde muita gente estaria envolvida diretamente,” relata Veiga.
O deputado estadual Jerônimo Goergen (PP) destaca a medida do MP-RS, que em um momento de tensão, se manifesta a favor da comunidade gaúcha. “ É um basta ao MST que a sociedade deseja há muito tempo. O Ministério Público está de parabéns pela ação de extrema importância ao desenvolvimento gaúcho”, diz Jerônimo. Além disso, o coordenador da Frenteagro no Parlamento gaúcho reitera que, em abril, em audiência no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), pediu o cumprimento da Portaria 101, que prevê a exclusão do Cadastro Nacional de Reforma Agrária pessoas envolvidas em invasões de terra ou esbulhos de propriedades rurais.
Na semana passada, os cerca de 500 sem terra, que nos últimos dias passaram por Bagé e Caçapava do Sul, chegaram a São Sepé para fazer ato público na praça central do município. Pelo menos 150 produtores rurais fecharam as entradas da cidade, com tratores e caminhões, para impedir o acesso à área urbana. O prefeito da cidade, Arno Clei Reinstein Schroder, entrou com pedido de ação civil pública para pedir a proibição do grupo. No entanto, a liminar acabou indeferida pela justiça.
O MST faz marcha rumo à fazenda Coqueiros, propriedade da família Guerra, invadida pelo menos 8 vezes em três anos pelo grupo.
(Por Daniel Germano, Agência de Notícias AL-RS, 01/10/2007)