ESTUDO MOSTRA VANTAGENS DA AGRICULTURA ORGÂNICA
2001-11-30
Uma pesquisa da universidade de Essex, no Reino Unido, sobre agricultura ambiental e socialmente responsável, mostrou como países em desenvolvimento podem ser auto-suficientes na produção de alimentos com tecnologias baratas, utilizadas localmente e sem prejudicar o meio ambiente. Algumas dessas experiências foram reunidas pelo Greenpeace na publicação Receitas Contra a Fome - Histórias de Sucesso para o Futuro da Agricultura, lançada hoje em São Paulo. Financiado pelas organizações não-governamentais Greenpeace e Pão para o Mundo e pelo Departamento de Desenvolvimento Internacional do Reino Unido, o estudo abrange projetos em mais de 4 milhões de propriedades rurais em 52 países e constata que a adoção desses métodos de agricultura aumentam a colheita numa média de 73%. Segundo Mariana Paoli, coordenadora da Campanha de Engenharia Genética do Greenpeace, atualmente, apenas 3% da agricultura no mundo é ambientalmente sustentável. Por isso, o Greenpeace luta globalmente contra o uso de agrotóxicos e dos transgênicos. A publicação mostra que estamos procurando a solução, disse. As experiências relatadas no livreto, que será distribuído a outras entidades e bibliotecas, traz casos de adoção da agroecologia em países como Índia, Quênia, Filipinas, Bangladesh e Brasil. As experiências têm em comum a troca de uma agricultura moderna exaurida- baseada no uso de produtos químicos e monocultura - de pequenos agricultores por técnicas de agricultura orgânica, que incluem a eliminação do uso de produtos químicos, culturas variadas, bancos de sementes nativas e conseqüente aumento da biodiversidade. Um dos méritos da publicação, segundo Iara Carvalho, presidente da Associação de Agricultura Orgânica (AAO), maior certificadora de orgânicos no mercado brasileiro, é mostrar que esse tipo de prática, além de sustentável, não é mais cara do que a agricultura industrial. (AE)