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biocombustíveis política energética
2007-10-01
No discurso de abertura da Assembléia Geral, presidente do Brasil defende a expansão dos biocombustíveis e reafirma que o país não aceita assumir metas obrigatórias de combate ao aquecimento global. Queda no desmatamento, segundo Lula, é prova de que o Brasil “faz o dever de casa”.

RIO DE JANEIRO – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a abertura da Assembléia Geral das Nações Unidas e sua passagem por Nova York esta semana para reafirmar a posição do governo brasileiro em defesa da expansão do uso de biocombustíveis em todo o planeta e contra a adoção de metas obrigatórias de redução para as próprias emissões de gases provocadores do efeito estufa.

Frente a uma Assembléia Geral iniciada sob o signo de uma forte preocupação com as mudanças climáticas em curso, Lula enumerou os esforços feitos pelo Brasil para combater o aquecimento global, como a redução do desmatamento da Amazônia e o lançamento do Plano Nacional de Enfrentamento às Mudanças Climáticas. O presidente também anunciou que o Brasil pretende sediar dois eventos: uma conferência internacional para discutir biocombustíveis, já no ano que vem, e a Rio+20, encontro de meio ambiente da ONU que acontecerá em 2012.

Em seu discurso, Lula destacou que a luta contra as desigualdades sociais e a luta pela preservação do meio ambiente são indissociáveis, e afirmou que o modelo de desenvolvimento global deve ser transformado: “Se o modelo de desenvolvimento global não for repensado, crescem os riscos de uma catástrofe ambiental e humana sem precedentes. O mundo não modificará sua relação irresponsável com a natureza sem antes modificar a natureza das relações entre desenvolvimento e justiça social”, disse.

Em relação ao etanol, Lula contestou o estudo divulgado recentemente pela ONU que afirma que a expansão da cultura da cana-de-açúcar representa uma ameaça para a segurança alimentar do planeta e citou “a experiência de três décadas do Brasil” para justificar sua posição: “O problema da fome no planeta não decorre da falta de alimentos, mas da falta de renda que golpeia quase um bilhão de homens, mulheres e crianças. É plenamente possível combinar biocombustíveis, preservação ambiental e produção de alimentos”, disse.

O presidente do Brasil acabou consolidando em Nova York seu papel de arauto dos biocombustíveis. Na véspera da abertura da Assembléia Geral, durante o encontro com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ele voltou a tocar no tema da necessidade de se expandir o mercado de biocombustíveis, e mereceu um rasgado elogio do norte-americano: “Agradeci a Lula a liderança que ele exerce em toda a América Latina quando se trata de biocombustíveis. Ele tem sido um evangelizador da questão do etanol”, disse Bush aos jornalistas após o encontro.

O maior resultado do encontro com Bush, no entanto, pode ser o avanço no diálogo para a retomada da Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), suspensa devido ao impasse entre países ricos e pobres no que diz respeito à abertura de mercados e fim dos subsídios agrícolas. O presidente dos EUA acenou com a possibilidade de reduzir seus subsídios internos, e Lula se comprometeu a levar essa discussão novamente ao G-20 (grupo de países em desenvolvimento liderado por Brasil, China e Índia): “Os EUA estão dispostos a flexibilizar sua posição. A negociação nunca foi tão boa e nunca estivemos tão próximos de um acordo histórico”, disse o brasileiro.

Governo distribui documento
Quando se referiu à segunda fase do Protocolo de Quioto, que deverá começar a ser aplicada em janeiro de 2013, Lula, mesmo se recusando a assumir metas obrigatórias, admitiu que os países em desenvolvimento podem contribuir de alguma forma: “Nós necessitamos de metas mais ambiciosas a partir de 2012, e devemos agir com vigor para que se universalize a adesão ao Protocolo. Os países em desenvolvimento também devem participar do combate às mudanças climáticas”, disse.

A parte do Brasil, na visão de seu presidente, está sendo feita com o combate ao desmatamento que, segundo suas palavras “foi reduzido à metade na Amazônia”. Os dados sobre o desmatamento evitado formam a base do documento “Contribuição do Brasil para Evitar a Mudança do Clima”, elaborado pelo governo, que foi distribuído pelo Itamaraty a todos os interlocutores de Lula. Receberam o documento, além de Bush, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, e o líder da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, além dos chefes de governo de Polônia, Indonésia, Coréia do Sul e Timor Leste, entre outros.

Apesar de bem-recebida, a prestação de contas do governo brasileiro na ONU foi contrastada pelas notícias veiculadas pela imprensa durante a semana, dando conta de que a devastação da Amazônia, sobretudo no estado do Mato Grosso, voltou a crescer nos últimos três meses, assim como os focos de queimada em toda a região. Lula, no entanto, optou por não citar em seus discursos dados ainda não confirmados oficialmente, e preferiu ressaltar que o governo brasileiro “faz o dever de casa” e “está no caminho certo”. Um dado também lembrado pelo presidente foi o estudo que revela que o Brasil reduziu em dez anos (1995-2005) mais de 90% de suas emissões de gases destruidores da camada de ozônio, os clorofluorcarbonetos (CFCs).

(Por Maurício Thuswohl, Agencia Carta Maior, 27/09/2007)
* com agências internacionais

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