O cientista Irving Foster Brown, pesquisador do Woods Hole Research Center e da Universidade Federal do Acre (Ufac), usou informações de um sistema de monitoramento climático para concluir: a fumaça que invade o Acre há mais de uma semana vem de outros Estados. De acordo com o monitoramento, as queimadas acontecem com maior intensidade na Bolívia.
Foster, que esteve em uma reunião em Salvador (BA) sobre Interações Biosfera-Atmosfera na Amazônia, afirmou que os dados mostraram que a fumaça está sendo transportada pelos ventos da frente fria para o Acre. O pesquisador, no entanto, explica que essa situação é uma exceção. Segundo Brown, na maior parte do tempo, o Acre exporta a fumaça para outros Estados.
"Dado o grande número de focos de calor na Bolívia, é possível que incêndios estão fora do controle ou um maciço programa de desmatamento está acontecendo. Os satélites passam pela manhã e pela tarde", explica Foster Brown, que de Salvador, com base no programa de computador, acrescentou.
"Parece que as concentrações de fumaça são muito altas".
A origem externa da fumaça que hoje cobre os céus de Rio Branco e de várias cidades do Vale do Acre é também o argumento de vários especialistas do governo do Estado. A opinião é bastante criticada, mas os dados também são baseados em fotografias tiradas por satélite.
A recente nuvem de fumaça é tão densa quanto a da estiagem de 2005, mas, diferente daquele ano, não veio acompanhada de uma epidemia de dengue e de rotavírus, além da seca que deixou os níveis dos rios muito abaixo da média. As chuvas no Acre devem voltar em outubro, de acordo com meteorologistas.
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A Tribuna, 28/09/2007)