O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, disse que os recursos para a agricultura familiar reservados no Orçamento são maiores do que os reservados para o agronegócio. A afirmação do ministro foi feita após o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) ter dito que o governo destina mais recursos para a agricultura empresarial (agronegócio) do que para a familiar.
“Hoje o montante de recurso para a agricultura familiar é superior ao que o governo investe na agricultura patronal", disse Cassel em entrevista à Radiobrás esta semana. Não há nenhum dado oficial que justifique essa afirmação do MST, seja nos investimentos de reforma agrária, seja nos investimentos de agricultura familiar. O governo federal tem apoiado e desembolçado mais recursos para estimular o desenvolvimento da agricultura familiar e dos assentamentos da reforma agrária.”
A representante do MST, Marina dos Santos, afirma que o Plano Agrícola e Pecuário (PAP), anunciado em junho pelo governo, que atende os grandes produtores rurais, tem recursos que chegam a R$ 58 bilhões. Para o Plano Safra da Agricultura Familiar, foram destinados R$ 12 bilhões na mesma ocasião.
A assessoria do ministério confirma os valores dos recursos destinado ao agronegócio, mas explica que se tratam de créditos, empréstimos. Se for considerado apenas recursos do Tesouro Nacional, tem se aplicado mais dinheiro na agricultura familiar.
O ministro, representantes do MST e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) estiveram reunidos no dia 25 para discutir as reivindicações dos trabalhadores rurais, como o assentamento de 150 mil famílias acampadas, condições de trabalho e de moradia digna, educação, saúde, infra-estrutura e agilidade no processo de reforma agrária.
Segundo o ministro Cassel, “a reunião foi produtiva para acompanhar o andamento da reforma agrária e a situação dos assentamentos e buscar desapropriação de mais imóveis para ampliar a reforma agrária no páis, que precisa disso para ter um modelo de desenvolvimento mais sustentável, mais solidário e mais igual.”
Ele ainda informa que a meta para 2007 é assentar 100 mil famílias de todos os movimentos sociais e que as famílias assentadas é o critério de prioridade do governo. Assim junto com o MST tentam fazer um mapeamento dessas famílias.
(Por Tatiana Matos, Agência Brasil, 29/09/2007)