Organizações da sociedade civil fazem esta semana em Washington uma série de atos contra a política ambiental norte-americana e o Encontro das Maiores Economias sobre Segurança Energética e Mudança Climática, evento promovido pela Casa Branca entre ontem e hoje (28/09).
Os protestos se concentram na porta do Departamento de Estado, sede do encontro. Para evitar a entrada no prédio, a polícia foi acionada e chegou a retirar ativistas a força do local. Com faixas e cartazes, os manifestantes dizem que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, está levando o debate sobre mudanças climáticas para o caminho errado. Além disso, pedem o cumprimento do Protocolo de Quioto e metas para a redução nas emissões de gases apontados como causadores do efeito estufa.
"Bush fala pós-Quioto como se o protocolo ainda não estivesse em vigor. Não há como esse encontro resultar em soluções. É uma forma de bloquear o debate", classifica o diretor-executivo do Greenpeace nos Estados Unidos, John Passacontanda. Para o diretor do Conselho Norte-Americano de Emergências Climáticas, Gordan Clark, o encontro em Washington é uma "farsa" que pode prejudicar as negociações no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU).
"Esse consenso que os países mais ricos acham que podem construir aqui não leva em conta uma série de fatores relacionados aos países mais pobres e que só se tornam evidentes na ONU", avalia o diretor da ONG. Até hoje, os EUA não ratificaram o Protocolo de Quioto, que já foi assinado por mais de 170 países e estabelece aos países desenvolvidos metas de redução de emissão de gases poluentes a partir de 2008.
(Por Juliana Cezar Nunes/ABr, 30/09/2007)