(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2001-11-30
Uma enxurrada de e-mails inunda a internet brasileira há um mês denunciando o fim da soberania nacional. A mensagem informa, em tom raivoso, a existência de um livro didático nos Estados Unidos no qual a Amazônia não integra mais o mapa brasileiro. As crianças americanas aprenderiam, desde a década de 80, que a região está sob tutela americana e da Organização das Nações Unidas. A correspondência eletrônica, refere-se ao vasto território como Former Internacional Reserve of Amazon Forest (Finraf). Algo traduzido por Ex-Reserva Internacional da Floresta Amazônica. Domingo passado, dia 25, até a agência de notícias France Press registrou o boato, baseado em uma nota da coluna Hildegard Angel, de O Globo desmentida pela própria colunista ontem. No mesmo dia, o Tribuna da Imprensa também caiu na esparrela. Antes, o Estado de S. Paulo havia publicado uma nota, em 23 de maio de 2000, com a história. Nos dias 12 e 14 de junho e em 06 de outubro do mesmo ano, desmentiu-a. A obra O livro, de autoria de um certo David Norman, não existe. Não está catalogado na Biblioteca do Congresso Americano, nem é de conhecimento da embaixada dos Estados Unidos no Brasil ou da embaixada do Brasil em Washington. Na biblioteca Thomas Jefferson, em Brasília, ninguém ouviu falar dele. Mesmo assim, a obra An introduction to geography, num piscar de olhos, corre pela rede mundial de computadores. Irritado com a repercussão, o Itamarty resolveu ontem começar a responder os e-mails. Um a um. Algumas mensagens que circulam sobre o tema anexam um facsímile da página 76 da suposta obra, contendo uma explicação detalhada sobre a tal reserva. Um mapa mostra as novas fronteiras da Floresta Amazônica. O capítulo sobre a América do Sul explica no tópico 3.5.5 como teria se formado o Finraf. -Por estar a Amazônia localizada na América do Sul, uma das regiões mais pobres da terra e cercada de países irresponsáveis, cruéis e autoritários. O texto ainda continua: -(A Amazônia) era parte de oito diferentes países selvagens, que, na maioria dos casos, são reinos de violência, tráfico de drogas, analfabetismo a de povos não-inteligentes e primitivos. Enfeitada por fotos de borboletas e balsas, a página discorre ainda sobre a suposta criação da Ex-reserva: -Foi apoiada por todas as nações do G-23 e foi realmente uma missão especial de nosso país (os EUA) e um presente para o mundo, já que a possessão dessas terras valiosas por tais países e povos primitivos poderia condenar os pulmões do mundo ao desaparecimento e total destruição em poucos anos. -Não existem livros, nem mapas, tudo não passa de manipulações grosseiras de brasileiros dotados de anti-imperialismo primitivo, diz o conselheiro da Embaixada do Brasil em Washington, Paulo Roberto Almeida. Desde que a fraude foi inicialmente observada em março de 2000, Almeida passou a reunir as mensagens da internet num dossiê, na tentativa de refazer a genealogia do boato. Acabou chegando à origem: o site Brasil, ame-o ou dei-xei-o (http://www.brasil.iwarp.com), organizado por brasileiros ultra-nacionalistas cuja identidade continua sendo um mistério. Eles teriam se apossado do endereço eletrônico da pesquisadora Michelle Zweede, do Brazil Center da Universidade do Texas, para enviar os primeiros e-mails denunciando o escandaloso livro. Posteriormente, o próprio site admitiu a fraude. Quem procurar, ainda o encontrará na rede. Consta que começou a funcionar em 15 de junho de 1999, mas não é atualizado desde 10 de junho de 2000. -O livro pode ser falsificação, mas que os americanos consideram aquela uma área internacional é ponto pacífico, acredita o professor de História Rubim Aquino, do Liceu Franco Brasileiro, no Rio. -As Forças Armadas deveriam se preocupar porque isso existe, diz o professor, filho de militares. Aquino conta que ouviu de amigos casos de alunos brasileiros que entraram em salas de aula de universidades americanas nas quais mapas do Brasil mostram a Amazônia como uma área internacional. -Nunca vi tais mapas, reage a antropóloga e brasilianista americana Linda Rabben, doutora em História da América Latina pela Universidade de Cornell. -É raro ver mapas do Brasil em universidades americanas. A população daqui dá pouca atenção ao Brasil, diz Linda. Ela acredita que, no Pentágono, militares tracem cenários que incluam a Amazônia, mas acha muito longe da realidade o planejamento de uma intervenção militar de qualquer tipo. Se há planos de internacionalização da Amazônia ou não, o fato é que o livro de que tratam os e-mails não existe. (Jornal do Brasil/29/11)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -