O chanceler Celso Amorim declarou nesta sexta-feira (28) em San Salvador que a usina piloto para a produção de etanol que Brasil e Estados Unidos instalarão em El Salvador tem "boas perspectivas" para os três países.
Amorim disse em entrevista coletiva que o Brasil "está convencido da importância dos biocombustíveis, que representaram uma verdadeira revolução no caso do Brasil, com impactos muito positivos no meio ambiente e no aspecto social". Ele afirmou que a produção de biocombustíveis, como etanol e biodiesel, gera mão-de-obra no campo, o que ajuda a melhorar as condições sociais.
"Há perspectivas amplas com um acordo pioneiro envolvendo os três países. O Brasil tem a tecnologia, El Salvador entrará com a produção e os EUA, com o mercado e talvez um pouco do investimento. As perspectivas são muito boas", analisou. O chanceler salvadorenho, Francisco Laínez, informou que em outubro começarão os estudos de umas empresas do Brasil e dos EUA para "verificar os requisitos de uma usina" no país. Os resultados determinarão as datas para a instalação da central.
Laínez disse que também conversou com Amorim sobre a cooperação que o Brasil pode oferecer a El Salvador em projetos sociais. O Governo salvadorenho promove o programa Rede Solidária, semelhante ao Bolsa Família brasileiro.
Além disso, conversaram sobre uma visita ao Brasil do presidente salvadorenho, Elías Antonio Saca, em novembro ou dezembro. Laínez disse que Saca convidará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a visitar El Salvador no próximo ano, quando o país ocupará a Presidência rotativa do Sistema da Integração centro-americana (Sica).
Durante a visita, Lula poderá conversar com todos os governantes da região. O chanceler brasileiro disse que existe a possibilidade de um acordo de livre-comércio entre o Mercosul e o Sica. A idéia já foi proposta há algum tempo, e agora, acredita Amorim, as condições "estão mais maduras".
Amorim afirmou ainda que "não há razão para que o Mercosul e o Sica estejam negociando com a União Européia" e que negociem entre si. Informou que também existe interesse de investidores e empresários brasileiros pelas oportunidades de negócio no país, em setores como têxteis, calçados e outros.
(Efe, 29/09/2007)