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seca e estiagem
2007-09-28
Ausência de chuvas afetam um dos mais belos cartões-postais de BH. Algas se proliferam devido ao excesso de matéria orgânica, despejada na lagoa com o esgoto dos córregos Sarandi e Ressaca

Coloração da água foi alterada pela sujeira agravada pela falta de chuva

A falta de chuva e o tempo seco estão afetando um dos cartões-postais de Belo Horizonte. A Lagoa da Pampulha está com coloração diferente, tomada por um verde intenso, resultado da poluição. Para completar, o mau cheiro incomoda moradores e visitantes. A situação é mais visível nas áreas próximas ao Parque Ecológico Promotor Francisco Lins do Rego e à Estação de Tratamento de Águas Fluvias (Etaf). Desta vez, as algas, atraídas pelo esgoto despejado pelos córregos Ressaca e Sarandi, são as grandes vilãs.

De acordo com o biólogo Rafael Resck, as algas ocorrem naturalmente em qualquer lago ou reservatório. “O alimento delas é a matéria orgânica, que vem num excesso muito grande no despejo de esgoto. Enquanto tem comida, elas crescem à vontade e, como não está chovendo, a concentração de algas não é diluída. A entrada de água na lagoa é menor e a quantidade de nutrientes continua grande. O princípio do aguapé é o mesmo”, explica. Ele afirma que a tendência é melhorar, uma vez que o início do período chuvoso está próximo. “A concentração de algas vai diminuir e esse verde também. A lagoa voltará a ficar com aspecto mais azulado”, garante.

O biólogo e coordenador do projeto Pampulha Limpa, Leonardo Viana, destaca que, por enquanto, o problema é apenas visual, mas poderá se agravar quando as plantas morrerem. “A decomposição tira o oxigênio da água. Há muito tempo não chove e isso pode agravar a situação e a proliferação da poluição na lagoa”, afirma. E ressalta ainda que o tratamento do esgoto é feito parcialmente. “Essa sujeira ajuda no crescimento rápido das algas. Se não chover, poderemos ter mortandade de peixes. Tudo depende da natureza”, diz. Segundo o biólogo Resck, a estação barra o grosso, mas a matéria orgânica dissolvida passa, indo para a lagoa.

O aposentado Walter do Nascimento Gomes, de 62 anos, que mora na Pampulha há mais de 20, diz sentir saudades dos tempos em que ia de barco até a Ilha dos Amores para pescar. Walter afirma que já perdeu as esperanças de ver a lagoa totalmente recuperada. “Do tempo em que me mudei para cá até agora ela só tem piorado. Está imunda e em certos lugares o mau cheiro é insuportável. Para mim ela não tem mais cura”, afirma.

A salgadeira Ana Francisca Cardoso, de 53, também morou 25 anos na região. “A prefeitura limpou bem. A aparência está boa, mas a água continua suja e com mau cheiro e, neste período de seca, ele aumenta sensivelmente”, diz. Para o operador de freios Ailton Nunes Ferreira, de 25, a limpeza ainda não foi suficiente. “Está ruim a cada ano que passa e, agora, a água verde, é a prova de que ela ainda tem muitos problemas”, relata.

Dique

A Copasa disse que faz monitoramento semanal da qualidade das águas na Pampulha, mas na quinta-feira não teve condições de divulgar o resultado das últimas amostras por um problema operacional no sistema. A Secretaria Municipal de Políticas Urbanas informou que contratou uma empresa responsável pelos trabalhos de limpeza do canal que recebe as águas do Ressaca e do Sarandi. A ação teve início em agosto e vai até o fim de período da seca. Até o momento foram retirados 8 mil metros cúbidos de sedimentos. Ao final da limpeza será possível medir a quantidade de sujeira que entra na lagoa a cada ano. A construção desse canal foi uma das últimas obras da orla da Lagoa da Pampulha e finalizada no ano passado.  
 
(Por Junia Oliveira, Estado de Minas, 28/09/2007)


 

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