O nível do Rio dos Sinos em São Leopoldo chegou a 6 metros ontem, cerca de 4 metros acima do que é considerado normal para a época. O aumento do volume deve-se à descida da água da cabeceira, o que fez com que o rio transbordasse em diversos pontos. Levantamento da prefeitura contabilizou 130 famílias ilhadas, 70 delas na Rua das Camélias e junto à avenida Imperatriz Leopoldina, locais considerados de alagamento. Na Rua da Praia, no Centro, próximo à estação rodoviária, há mais 18 casas ilhadas. No bairro Feitoria, a água invadiu 30 casas e outras foram atingidas nas vilas Paulo Couto, Brás e bairro Campina.
Ontem, sete secretarias municipais organizaram uma força-tarefa para remover famílias e auxiliar moradores na retirada de móveis de dentro das casas. A maioria dos moradores teme furtos. Cerca de 80 famílias estão desabrigadas. A previsão é de que o rio comece a baixar a partir de hoje, mas o retorno das pessoas às suas casas só deve ocorrer na próxima semana. Da área irregular na avenida Imperatriz Leopoldina, 40 famílias foram removidas. No bairro Feitoria, outras 18 tiveram que deixar suas residências - três delas foram para o abrigo de uma casa paroquial. Segundo o coordenador do Fórum de Serviços da prefeitura, Nestor Schwertner, em algumas casas o nível de água chegou a 1,5 metro.
Um dos casos mais críticos foi de um casal morador próximo à margem do Sinos na Rua das Camélias. Bombeiros foram buscar os dois num barco, mas eles negaram-se a sair da casa. Se para alguns a cheia representa más lembranças, para outros é motivo de recomeçar. É o caso de sete famílias retiradas ontem da avenida Imperatriz Leopoldina e que ganharam casas novas no loteamento Tancredo Neves, bairro Arroio da Manteiga. Elas integram um programa da prefeitura para remover mais 70 famílias da área de preservação da avenida e viabilizar a continuidade da construção do parque ecológico já existente no local.
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Correio do Povo, 28/09/2007)