Mesmo com dificuldades no plantio das mudas neste ano, devido a problemas climáticos, a Votorantim Celulose e Papel (VPC) não prevê atrasos no cronograma da construção da sua unidade gaúcha. Além disso, a companhia prevê expandir em cerca de um terço a produção da unidade que será construída na Metade Sul do Estado a partir do segundo semestre de 2009, para começar a operar dois anos depois.
Após participar ontem do CEP Forum 2007, promovido pela Câmara Americana de Comércio (Amcham-RS), o presidente da VPC, José Luciano Penido, destacou que a unidade gaúcha será um espelho da planta localizada em Mato Grosso do Sul, e irá produzir 1,3 milhão de toneladas ao ano. Até agora, a empresa mencionava apenas a capacidade de 1 milhão (veja quadro).
Pouco antes de se reunir com a governadora Yeda Crusius, Penido criticou a infra-estrutura da Metade Sul do Estado, onde deve ser instalada a fábrica conhecida na empresa como Projeto Losango.
- Há estradas não-asfaltadas, faltam pontes, há falhas graves de infra-estrutura. É importante ter consciência dos problemas que limitam o crescimento da região - comentou Penido, ressaltando que a Metade Sul corresponde a 50% da área do Estado, contudo representa apenas 18% do seu Produto Interno Bruto (PIB).
Executivo reclamou de licenças ambientaisSegundo o executivo, a intenção da empresa não é fazer pressões ou encaminhar demandas, mas contribuir na busca de soluções. Penido não descartou, por exemplo, a participação da VCP em projetos de parceria público-privada (PPP) que venham a ser definidos na região.
O executivo destacou, ainda, que dos 92 mil hectares de terra que a VCP já tem no Estado, 52 mil correspondem a áreas de preservação, e 40 mil, a áreas plantadas com eucalipto, matéria-prima para a celulose. Neste ano, o calor excessivo do verão e geadas recentes comprometeram o plantio de novas mudas, crucial para o avanço do projeto.
- Não cortamos nenhuma árvore que não tenha sido plantada por nós - disse Penido.
Atualmente, destacou o executivo, é da VPC o maior investimento industrial privado no país, o Projeto Horizonte desenvolvido em Três Lagoas (MS), do qual o plano gaúcho é um "espelho":
- É muito parecido com o que haverá na área do Canal de São Gonçalo no futuro.
Com relação ao problema das licenças ambientais, que ameaçou os investimentos em celulose no Rio Grande do Sul e provocou uma crise no governo gaúcho, Penido lamentou o "consumo de tempo" e a falta de um "padrão gaúcho" no licenciamento.
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Zero Hora, 28/09/2007)