O senador Mário Couto (PSDB-PA) afirmou, em pronunciamento nesta quinta-feira (27/09), que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está "vendendo a Amazônia". Ele comentou notícia publicada pelo jornal O Liberal, de Belém do Pará, sobre a iniciativa do governo federal de promover, por meio de licitação, a concessão de áreas florestais de até um milhão de hectares na região. A concessão é prevista pela Lei de Gestão de Florestas Públicas (Lei 11.284/06), que foi sancionada pelo Executivo no início de 2006, após aprovação da matéria pelo Senado Federal.
- A Amazônia está sendo leiloada. O governo resolveu vender madeira para fazer caixa, e vai acabar com a Amazônia. Como se já não bastassem as queimadas, a falta de fiscalização, as grilagens, as estradas clandestinas, agora querem acabar de vez com a Amazônia - lamentou, classificando a iniciativa de "inconseqüente".
Em aparte, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que votou contra o projeto de gestão das florestas públicas, ressaltando que a iniciativa não chegou a ser cogitada nem pelo regime militar, que governou o país de 31 de março de 1964 a 15 de março de 1985, ou pelos governos eleitos posteriormente.
Já o senador Tião Viana (PT-AC) explicou que a concessão atingirá apenas 3% das áreas florestais da Amazônia, e que a iniciativa poderá render anualmente mais de 1 bilhão de reais ao Acre.
Mário Couto afirmou ainda que a corrupção consome anualmente US$ 3,5 bilhões de dólares no Brasil eque o atual governo é o que mais registra casos de corrupção nos últimos anos.
- No governo Geisel, de 1974 a 1979, houve nove casos de escândalos de corrupção; no governo Figueiredo, de 1979 a 1985, onze casos; no governo Sarney, de 1985 a 1990, seis casos; no governo Collor, de 1990 a 1992, 19 casos;
-No governo Itamar Franco, de 1992 a 1995, 32 casos; no governo Fernando Henrique Cardoso, em oito anos, 46 casos. No governo Lula, de 2003 para cá, foram 130 casos. Nossa Senhora de Nazaré, protetora dos paraenses e minha protetora querida, aonde nós vamos chegar neste governo? - perguntou.
(Por Paulo Sérgio Vasco, Agência Senado, 27/09/2007)