Empresários do setor de reciclagem discutem hoje uma proposta para criação de uma associação nacional para defender interesses comuns do grupo. Na pauta das prováveis reivindicações do grupo está a redução de impostos para as atividades do setor.
Um dos mentores do projeto, Adriano Assis, responsável por uma publicação para os empresários de reciclagem, defende incentivos fiscais para as empresas de reciclagem, dando como exemplo a isenção de IPI a que os taxistas têm direito.
Por que não dar o mesmo benefício aos caminhões que transportam sucata, se eles prestam um serviço às prefeituras?, disse Assis, lembrando que as atividades do setor diminuem as despesas das prefeituras não só na coleta da sucata, como também na redução da quantidade de material despejado nos aterros, que são pagos por peso pelos municípios. De todos os lados, é uma relação de ganha-ganha, analisa ele, que propõe isenção de impostos para máquinas e veículos das empresas do setor, além de isenção também do ICMS.
O projeto de criação da associação foi apresentado hoje na Expo Sucata 2007 - Feira e Congresso Internacional de Negócios da Indústria da Reciclagem de Sucatas. A idéia é que o novo grupo se chame União Nacional das Indústrias de Reciclagem (Unir). É justamente disso que o setor está precisando nesse momento, união, comenta Assis, explicando que pretende agrupar na entidade os comerciantes de sucata, as empresas de processamento, os fabricantes de equipamentos, assim como as empresas geradoras e consumidoras de produtos recicláveis.
O grupo de empresários quer que a Unir atue como uma representante do setor em Brasília para participar dos debates que envolvem a questão da reciclagem. Não conheço nenhum político que é contra a reciclagem, mas é preciso estar presente no momento de formulação das leis que tratam do tema, disse.
Segundo levantamento do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), as empresas brasileiras do setor movimentaram US$ 3 bilhões em 2005, empregando mais de 500 mil pessoas. Estima-se que 6% do lixo gerado seja direcionado para a reciclagem no país. Mas Assis acredita que esse percentual pode crescer a 35% se o potencial do setor for explorado. Existe uma cortina de fumaça sobre o setor que faz com que as pessoas o vejam apenas por seus aspectos sociais e ambientais, mas acabam ignorando o seu alto potencial econômico. Nosso objetivo é tratar a sucata como negócio.
(Por Adilson Fuzo,
Valor Online, 27/09/2007)