O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, convidou representantes de 15 países para discutir nesta quinta (27/09) e sexta-feiras (28/09) a política internacional na área de mudanças climáticas. O Brasil participa do encontro, representado por secretários dos ministérios das Relações Exteriores e do Meio Ambiente.
A iniciativa norte-americana gerou desconfiança na comunidade internacional, que considera a Organização das Nações Unidas (ONU) o fórum mais adequado para negociações sobre o que os governos devem fazer para, por exemplo, reduzir a emissão de gases poluentes, apontados por cientistas como principais causadores do efeito estufa.
Para o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, a reunião promovida pelos Estados Unidos pode ser válida para levantar desafios e algumas propostas. Mas, segundo ele, o Brasil só participará efetivamente de negociação no âmbito da ONU.
"O importante, e o próprio Bush frisou isso com muita ênfase pra nós, talvez até porque previsse que essa era a nossa posição, ele disse que queria fazer uma coisa que convergisse para os esforços das Nações Unidas", conta Amorim.
"Ele tem a sua interpretação, que para atrair outros países para a mesa de negociação precisava fazer uma reunião desse tipo. Só acho que a gente não pode fazer reunião em fórum de 15 ou 20 e depois jogar para a ONU."
De acordo com o ministro Celso Amorim, o Brasil participará de maneira intensa da Convenção sobre Mudanças Climática da ONU, marcada para dezembro, na Indonésia.
Nessa convenção devem ser definidas medidas sucessoras do Protocolo de Kyoto, que começa a vencer em 2012. Atualmente, o protocolo obriga 35 países industrializados a reduzirem em 5% suas emissões de gases em relação aos níveis de 1990. A meta deve ser alcançada até 2012.
Grandes poluidores, como China e Estados Unidos, não seguem as recomendações do tratado. Ao anunciar o encontro sobre mudanças climáticas desta semana, Bush disse que o país está disposto a reduzir em 18% a emissão de gases poluentes nos próximos dez anos.
(Por Juliana Cézar Nunes, Agência Brasil, 27/09/2007)