Cerca de 50 ativistas de organizações ambientalistas fizeram um protesto em frente a sede do Departamento de Estado dos Estados Unidos, contra a conferência sobre a mudança climática organizada pelo presidente americano, George W. Bush, e dez manifestantes foram presos. O Brasil participa da conferência de dois dias. Representantes da ONU e da União Européia (UE) também estão presentes, além de Rússia, Japão, Índia, Alemanha, Canadá, Reino Unido, Itália, Coréia do Sul, França, México, Austrália, África do Sul e Indonésia.
Os manifestantes protestavam pacificamente na entrada principal do edifício com cartazes com os dizeres: "Bush: o caminho errado sobre mudança climática". Durante toda a manhã os ativistas gritavam frases como "queremos ação, não mais poluição", "é preciso cortar as emissões agora" e "Bush é um criminoso". A manifestação não teve nenhum incidente até o momento em que a Polícia pediu para os ativistas abandonarem o local, depois de várias horas de protesto. Diante da negativa, prenderam dez manifestantes.
"Este protesto é para dizer a Bush que ele não nos representa com sua política sobre aquecimento global", disse à agência Efe Christopher Miller, um dos organizadores do protesto e ativista do Greenpeace. De acordo com Miller, a conferência de dois dias é uma hipocrisia, já que as reuniões não apresentam resultados tangíveis. "Precisamos de ação e não de uma conferência que pretende chegar a um acordo em 2008", durante as eleições presidenciais americanas, disse Miller.
Os ativistas consideram a ausência de Bush na reunião sobre mudança climática da ONU um sinal de que o Governo americano não leva o tema a sério. "Caso levasse a sério teria participado da reunião da ONU ao invés de organizar outra conferência", disse Miller. O diretor da organização "Chesapeake Climate Action Network", Mike Tidwell, disse que a reunião é uma piada, feita para distrair os europeus e japoneses que realizam esforços para combater a mudança climática.
"Bush sabe que não funciona, mas quer proteger os interesses das companhias petrolíferas", declarou Tidwell em relação à proposta do presidente de estabelecer metas voluntárias de emissão de gases do efeito estufa. Amy Faulring, outra ativista do Greenpeace, considera a conferência um "engano". "Bush usa (a conferência) para justificar que faz algo em relação à mudança climática", declarou Amy, que afirmou que os EUA "têm que assinar o Protocolo de Kioto". EFE cai rg/ma
(Efe, 27/09/2007)