Brasil, México e China foram alguns dos países em desenvolvimento que apresentaram na manhã desta quarta-feira (26/09), em Washington, as iniciativas já adotadas internamente para reduzir emissões de gases de efeito estufa na atmosfera. Nenhum deles possui metas mandatórias estabelecidas no Protocolo de Kyoto e, portanto, têm dado contribuições voluntárias para enfrentar as mudanças do clima. A apresentação foi feita durante uma reunião, promovida pela ONG norte-americana The Center for Clean Air Policy (CCAP), e foi acompanhada pela imprensa internacional.
A delegação brasileira falou, no evento, sobre as diferentes experiências já em andamento no País - como a queda acentuada na taxa de desmatamento da Amazônia nos últimos dois anos; o percentual significativo que as fontes renováveis ocupam na matriz energética brasileira; o modelo de produção sustentável de biocombustíveis, destacado pelo próprio Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC); e a elaboração do Plano Nacional de Enfrentamento das Mudanças Climáticas. "A intenção foi deixar claro que os países em desenvolvimento têm, sim, feito sua parte. É preciso mostrar que não há consistência na tese de que os países em desenvolvimento querem responsabilizar apenas países desenvolvidos pelos problemas das mudanças climáticas", explicou o assessor de Assuntos Internacionais do Ministério do Meio Ambiente, Fernando Lyrio, que faz parte da delegação do Brasil em Washington.
Ainda nesta quarta-feira, representantes dos países em desenvolvimento discutirão a abordagem que será adotada por eles nesta quinta-feira, na Reunião de Alto Nível convocada pelos Estados Unidos para discutir clima e eficiência energética. O presidente norte-americano George Bush convidou para o evento os 20 países que mais emitem gases de efeito estufa com o objetivo de facilitar a negociação sobre o que fazer depois de 2012, quando encerra o primeiro período de compromissos do Protocolo de Kyoto. O Brasil vê com reservas o encontro e defende que essa discussão se dê no âmbito das Nações Unidas.
(Por Marluza Mattos, Ascom MMA, 26/09/2007)