A delegada da Polícia Federal (PF) Julia Vergara da Silva, responsável pelas investigações da Operação Moeda Verde, confirmou ontem que vai entregar o inquérito à Justiça Federal até a próxima segunda-feira, dia 1º de outubro.
Na data encerra o prazo dado pelo juiz da Vara Federal Ambiental Zenildo Bodnar para a conclusão e o envio do documento sobre as investigações do caso, que apura um suposto esquema de venda de leis e atos administrativos de conteúdo ambiental e urbanístico em favor de grandes empreendimentos na Ilha de Santa Catarina.
O esquema envolveria a ocorrência de crimes contra a ordem tributária, falsificação de documentos, uso de documento falso, formação de quadrilha, corrupção e tráfico de influência. São suspeitos de envolvimento vereadores de Florianópolis, empresários e servidores públicos estaduais e municipais.
Por meio da assessoria de imprensa da Polícia Federal, a delegada desmentiu especulações segundo as quais iria pedir nova prorrogação do prazo por conta da ausência dos resultados de algumas perícias.
Julia Vergara, que não recebe a imprensa desde que o caso foi declarado sob sigilo judicial, não quis adiantar qualquer detalhe do resultado do inquérito.
Desde o dia 3 de maio, quando a polícia cumpriu 22 mandados de prisão contra vereadores, empresários e funcionários públicos estaduais e municipais acusados de fazer parte de supostas irregularidades na liberação de empreendimentos imobiliários, 86 pessoas prestaram depoimentos à delegada - fora os detidos, perfazendo, assim, o total de 108 depoimentos.
Em junho, quando prestou declarações à Câmara de Vereadores, Vergara afirmou ao DC que a "tendência" era indiciar mais pessoas, além dos 22 suspeitos que tiveram prisão temporária decretada.
Questionada, ontem, se a estimativa estava mantida, a assessora de imprensa da Polícia Federal, Ídia Assunção, respondeu:
- Acho que sim.
(Por João Cavallazzi,
Diário Catarinense, 27/09/2007)