Israel pediu a exportadores nucleares que considerem ajustes nas regras de não-proliferação, de modo a facilitar a construção de usinas atômicas civis e seguras, segundo um alto funcionário. Alguns diplomatas em Viena, onde fica a sede da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, órgão da ONU), disseram que recentemente Israel consultou o Grupo de Fornecedores Nucleares sobre uma possível isenção dos controles tecnológicos do grupo, como a que Washington propõe em um acordo com a Índia.
Essa isenção certamente provocaria reação no Oriente Médio. Israel é supostamente o único país da região com armas nucleares e não participa do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP). Falando sob anonimato, uma fonte israelense negou que o país tenha pedido a isenção, mas confirmou a proposta para mudança nos critérios, para facilitar que as nações não-participantes do TNP adquiram com mais facilidade a tecnologia necessária para ampliar seus programas pacíficos de energia nuclear.
"Isso iria fortalecer consideravelmente o regime de não-proliferação, ao controlar mais a disseminação de tecnologia nuclear delicada e ao atrair Estados alheios (ao tratado) para mais perto do regime, ao mesmo tempo em que permitiria o acesso legítimo de outros Estados, com base nas suas credenciais, a tecnologia muito menos delicada", disse a fonte. "Isto diz respeito especialmente a Estados, como Israel, interessados em construir reatores para energia nuclear, sujeitos às salvaguardas da AIEA, destinados a atender à crescente demanda por geração de energia de maneira que não contribua com o aquecimento global." Israel anunciou em agosto a intenção de construir uma usina nuclear no deserto do Negev.
(Por Mark Heinrich, Reuters, 26/09/2007)