Campinas (95 km de SP) atingiu neste mês a marca de 100% da frota de 853 ônibus do transporte público movida com 2% de biodiesel misturado ao diesel. Com isso, as cinco empresas de ônibus da cidade anunciaram redução de 30% na emissão de poluentes na atmosfera.
De acordo com a Transurc (Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Campinas), a cidade é a primeira do país a ter toda a frota de ônibus públicos abastecida com biodiesel. Os testes para a implantação do combustível começaram em 2005.
O biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis, que pode ser produzido a partir de gorduras animais ou de óleos vegetais.
O biodiesel usado pela frota de Campinas é extraído da soja. As empresas compram o produto da Petrobras. O combustível já vem pronto para ser levado ao tanque.
"Não é necessário nenhum ajuste no motor. Mais da metade da frota são veículos novos com motores com gerenciamento eletrônico, que permitem redução de 30% da emissão de poluentes. Em veículos com motores antigos, essa redução chega a 20%", disse o diretor de Comunicação e Marketing da Transurc, Paulo Barddal.
A lei federal 11.097, de 2005, estabelece a mistura obrigatória, a partir de 2008, de 2% de biodiesel ao diesel de petróleo. A mistura do biodiesel ao diesel de petróleo é feita pelas distribuidoras de combustíveis.
A frota de Campinas consome 2,7 milhões de litros de biodiesel por mês. O preço é semelhante ao do litro do diesel, que varia de R$ 1,40 a R$ 2,10.
O próximo objetivo de Campinas é antecipar de 2013 para 2008 a outra meta fixada na lei 11.097 --elevar para 5% a presença do biodiesel no diesel. "Queremos antecipar para o ano que vem a meta do Brasil e fazer com que toda a frota da cidade use 5% de biodiesel no diesel", disse Barddal.
O uso do biodiesel reduz, por exemplo, as emissões de monóxido de carbono e de óxido de enxofre, além dos hidrocarbonetos totais e de parte dos hidrocarbonetos tóxicos (substâncias com potencial cancerígeno).
(Por Maurício Simionato
, Agência Folha, 26/09/2007)