Em audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira (26/09), representantes da União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio) defenderam a diversificação da matéria-prima para produção do biocombustível no país. Também pediram ao governo incentivo para o consumo de biodiesel, de forma a equilibrar a produção e a demanda.
- Ainda é alta a dependência da soja. O ideal é que fosse crescendo a participação (de outras matérias-primas) para permitir a diversificação - disse o presidente do conselho de administração da Ubrabio, Juan Diego Ferrés.
Segundo ele, dos 840 milhões de litros de biodiesel produzidos ao ano no Brasil, 80% são de soja. O restante é produzido a partir de outras oleoginosas e de gordura animal. Ferrés disse que Lula prometeu priorizar a diversificação.
O empresário afirmou que a oferta de biodiesel no país - a capacidade de produção é de 2 bilhões de litros ao ano - superou a demanda. Segundo ele, mesmo com a obrigatoriedade de adição de 2% de biodiesel ao diesel a partir de janeiro do próximo ano, o consumo ainda ficará aquém da produção. A obrigação de adicionar 5% entra em vigor em janeiro de 2013, mas o governo não descarta a possibilidade de antecipar para 2010.
- Há um descompasso momentâneo. A oferta se baseou no entusiasmo, inclusive do próprio presidente, e o setor empresarial investiu mais, mas a demanda não acompanhou - disse.
Segundo Ferrés, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), que participou da audiência, sinalizou com a possibilidade de um adicional facultativo de 3%, dividido em três etapas de 1%. Isso só seria possível a partir da primeira avaliação do programa, no primeiro trimestre de 2008.
(Por Luiza Damé,
O Globo, 26/09/2007)