A s cerca de 45 famílias que vivem à margem do Rio dos Sinos na Prainha de Paquetá, bairro Mato Grande, estão ilhadas. O rio, de acordo com a Associação de Moradores do local, subiu aproximadamente 1,5 metro de domingo até a manhã de ontem. A chuva forte do último final de semana fez a água invadir diversos trechos da estrada que dá acesso à prainha, impedindo a passagem de pedestres e veículos.
Ontem, a Defesa Civil de Canoas retirou duas famílias do local. Oito pessoas foram levadas para casa de parentes próximos. Segundo o secretário-executivo da Defesa Civil, Vanderlei Boni, o caminhão da Prefeitura não conseguiu chegar até as casas. As famílias foram removidas de barco até o veículo. “A água não chegou às residências. Eles quiseram sair em função das crianças pequenas”, explicou Boni. A Defesa Civil está em alerta já que a água represada dos rios Taquari e do Caí ainda vai descer para o Sinos. Na rua Boa Saúde, bairro Rio Branco, uma família que mora ao lado do dique de contenção também está sendo acompanhada pela Defesa Civil.
A situação das famílias que vivem na Prainha de Paquetá é preocupante, mas não é considerada grave. Segundo o presidente da Associação de Moradores, Paulo Denilto, o leito do rio que estava mais seco do que costuma ficar no verão, subiu em apenas seis horas cerca de um metro. “Achamos até que não teria cheia por causa da chuva, mas a água subiu muito rápido, por causa da lua cheia e do vento Sul”, diz.
De acordo com Denilto, a preocupação dos moradores do local é a obstrução da estrada do Paquetá pela água. “A água nas casas não nos incomoda, mas a falta do padeiro e do ônibus para levar as crianças à escola, sim. Tudo porque eles não conseguem passar para o lado da prainha”, observa.
TrechoDenilto diz que apenas um trecho de aproximadamente 100 metros é o problema. Estima que nesse ponto a água está com 70 centímetros de profundidade. Segundo ele, a solução seria a Prefeitura aterrar essa parte da estrada, o que ainda não teria sido feito. “Estamos aguardando que a Prefeitura aterre este trecho desde maio, quando houve outra enchente, mas eles vieram aqui taparam alguns buracos da estrada e não fizeram o que pedimos”, afirma Denilto.
A expectativa dos moradores é de que a água comece a ceder, pois eles correm o risco de ficar sem mantimentos e remédios. “Se ficarmos três dias ilhados vai faltar mantimento. Ninguém estoca alimento, pois os moradores da Prainha vivem do que ganham no dia.” O secretário municipal de Obras Públicas, Gilmar Pedruzzi, foi procurado pelo Diário de Canoas no celular e por meio da assessoria de imprensa da Prefeitura, mas não retornou os telefonemas.
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Diário de Canoas, 26/09/2007)