Em carta enviada no último dia 21 aos ministros Celso Amorim e Dilma Rousseff, ONGs e acadêmicos ligados a questões do meio ambiente pedem estudos mais aprofundados sobre os impactos gerados pela construção das Usinas no Rio Madeira (RO). A carta endossa um processo iniciado em agosto, pelos governos de Brasil e Bolívia, visando à criação de grupos de trabalho para analisar os impactos das hidrelétricas em território boliviano.
De acordo com os signatários do documento - 160 entidades e 350 membros da sociedade civil em todo o mundo - existem problemas graves na construção das usinas de Santo Antônio e Jirau não considerados pelo governo brasileiro.
Existe forte probabilidade de inundações na região, com impactos sobre a Reserva Natural Bruno Racua na província de Pando, da perda de biodiversidade da ictiofauna do Rio Madeira, além de impactos sobre a saúde das comunidades locais. O principal risco é proliferação dos vetores da malária e a contaminação por compostos orgânicos contendo mercúrio, com riscos para a saúde das populações ribeirinhas.
Para Mauro Armelin, coordenador de apoio ao desenvolvimento sustentável da WWF Brasil, o documento tem relevância, pois "engloba os aspectos sócio-ambientais e econômicos da obra". Segundo Armelin, o descaso com os impactos sociais mostra descaso com a coisa pública: "No futuro, o governo terá que gastar mais dinheiro para corrigir as conseqüências do mau planejamento em uma construção de bilhões de dólares".
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Envolverde/Assessoria, 26/09/2007)