A constante redução das características naturais da vegetação do Rio Grande do Sul tem preocupado ambientalistas e pesquisadores. A estimativa é de que a Mata Atlântica represente entre 1% e 2% do que existia originalmente no território gaúcho, depois de ocupar quase 40%. Entre florestas e campos, apenas 34% conta com cobertura natural. O restante sofreu modificações ao longo dos anos, principalmente pela agricultura, plantio de arroz e soja, silvicultura e expansão urbana.
Justamente para discutir a criação de mecanismos que garantam a preservação ambiental nessas áreas, sem prejuízo à atividade agrícola, as comissões de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo e de Saúde e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa promovem audiência pública conjunta nesta quarta-feira (26/09). “É preciso promover ações públicas que ao mesmo tempo promovam a preservação das vegetações naturais e a sustentabilidade dos produtores rurais”, defende o presidente da Comissão de Agricultura, deputado Adolfo Brito (PP).
Concluídos neste mês, os dados sobre a cobertura vegetal dos biomas existentes no Estado fazem parte de uma mapeamento realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). No estudo, chama a atenção a situação das florestas nativas, que sofreram as maiores transformações ambientais. Somente em relação às araucárias, resta apenas 20% da área original.
O debate desta quarta-feira ficará centrado principalmente na preservação da Mata Atlântica nas regiões da Serra e do Litoral Norte gaúcho, com vistas a atender a solicitação de lideranças regionais. Neste cenário, o deputado Brito destaca alguns programas que estão em andamento no Estado para melhorar as condições da vegetação nativa. Uma das ações refere-se à cooperação técnica entre o Brasil e Alemanha, em vigência desde 2002, para conservar a Mata Atlântica no RS. O programa abrange 28 municípios do Litoral Norte, Serra e Campos de Cima da Serra.
Foram convidados a participar do encontro o secretário estadual do Meio Ambiente, Carlos Otaviano Brenner de Moraes; a presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Ana Pellini; prefeitos, vereadores e representantes de universidades gaúchas, sindicatos rurais e entidades ligadas ao setor. A audiência pública terá início às 9h30min, na Sala Sarmento Leite, 3º andar da Assembléia.
(Por Joana Colussi, Agência de Notícias AL-RS, 25/09/2007)