O Parlamento Europeu apoiou nesta terça-feira (25/09)o aumento do uso de biocombustíveis no transporte na UE (União Européia), mas pediu que se confirme antes se essas substâncias são sustentáveis do ponto de vista ambiental. A Eurocâmara aprovou um relatório não vinculativo no qual defende a prioridade à produção de veículos de baixo consumo com vistas à redução das emissões de CO2 (dióxido de carbono).
O relatório aponta que o uso sustentável dos biocombustíveis tem o potencial de reduzir a dependência do petróleo e as emissões de CO2, e respalda por isso a proposta da CE (Comissão Européia) de impor um objetivo vinculativo de 10% para o uso destas e outras fontes renováveis no transporte.
No entanto, assinala que esse objetivo é conveniente "sempre e quando se possa provar que esses carburantes são obtidos por métodos sustentáveis" e aposta no desenvolvimento de um sistema de certidão obrigatório que seja aplicado tanto aos biocombustíveis produzidos na UE quanto aos importados.
Os produtos que não satisfaçam os critérios de sustentabilidade "não deveriam ser autorizados a receber benefícios de subvenções ou isenções fiscais", assinala o relatório. Para os deputados europeus, a produção de veículos mais eficientes "continua sendo a melhor maneira de reduzir as emissões de CO2 e o consumo de petróleo".
O relatório parlamentar inscreve-se na crescente controvérsia sobre as virtudes ambientais dos combustíveis como o bioetanol, que, na opinião de alguns analistas, poderiam ter efeitos contraproducentes na luta contra a mudança climática.
Energias renováveis
A Eurocâmara lembrou que 40% do consumo energético na UE se dá nos edifícios e defendeu o aumento a 20% em 2020 do uso de energias renováveis em seus sistemas de calefação e refrigeração. Os eurodeputados incluíram uma emenda no relatório que rejeita que se faça referência à energia nuclear como instrumento de redução das emissões de CO2.
Por outra parte, lamentaram que o objetivo que tinha sido estabelecido pela UE de extrair 12% do total de seu consumo energético de fontes renováveis em 2010 não pareça atualmente viável. No entanto, pediram à Comissão Européia que convença os Estados-membros a fixar um novo objetivo de 20% de energia procedente de fontes renováveis para 2020.
(Efe, 25/09/2007)