A Califórnia quer estreitar relacionamento e, no futuro, fazer acordo de cooperação técnica com o Estado de São Paulo no setor de biocombustíveis. O que mais chama a atenção da Califórnia é o reduzido custo da produção brasileira de etanol a partir da cana-de-açúcar. Os norte-americanos já buscam um entendimento para que esta aproximação se torne realidade: o primeiro passo neste sentido foi dado com a vinda de missão comercial, composta por empresários e representantes do governo daquele Estado americano ao Brasil. O grupo já teve esta semana um encontro com executivos brasileiros na Amcham-São Paulo, segundo relata o site www.amcham.com.br.
"É uma boa oportunidade de aprofundarmos o relacionamento, trocarmos experiências e fazermos parcerias para pesquisas em relação a combustíveis menos poluentes, a partir de fontes alternativas", disse o diretor da Área de Agricultura e Meio Ambiente da secretaria de Alimentos e Agricultura do Estado da Califórnia, Steve Shaffer. Ele explicou que o Estado americano da Califórnia produz apenas 10% dos 900 milhões de galões (3,4 bilhões de litros) consumidos no seu próprio território. O restante vem de outras regiões do país ou é importado.
Ele admitiu que a Califórnia tem interesse em aprender sobre a tecnologia e a produção brasileira de etanol a partir da cana-de-açúcar. "Existem áreas específicas na Califórnia que são muito boas para a plantação de cana-de-açúcar, embora sejam muito pequenas. Ainda assim, há a vantagem econômica da diversificação", salientou.
O governo da Califórnia fechou parcerias com universidades dentro dos Estados Unidos e investe em pesquisas para desenvolvimento de tecnologias para a produção de etanol a partir da biomassa. De acordo com Shaffer, o potencial é grande porque o Estado produz cerca de 350 tipos de commodities agrícolas. Biomassa são resíduos das mais diversas culturas agrícolas como restos de madeira, palhas, casca de arroz, soja, capim etc.
Em 2006, o Plano de Ação em Bioenergia da Califórnia estabeleceu metas para ampliar a produção e o uso de bioenergia. O objetivo é produzir no mínimo 20% de biocombustíveis dentro da Califórnia até 2010, 40% até 2020 e 75% até 2050. Em janeiro deste ano, foi implementado pelo governador Arnold Schwarzenegger o programa Low Carbon Fuel Standard, que vem adotando medidas para reduzir a emissão de carbono em 10% até 2020.
Junto com a comitiva do governo da Califórnia também veio um representante da Pacific Ethanol, que tem duas usinas em construção e uma em operação na Califórnia, além de outras três já em funcionamento no Colorado, Idaho e Oregon. O diretor de Desenvolvimento de Negócios da companhia, Harrison Pettit, veio ao Brasil aprender mais sobre o mercado de etanol e novas aplicações tecnológicas. Este ano, a empresa produziu 150 milhões de galões (567,75 milhões de litros) e em 2008 chegará a 220 milhões de galões (832,7 milhões de litros), assim que as novas plantas começarem as atividades.
(Agência Estado, 25/09/2007)