É possível reduzir em 26% as emissões de gases causadores do efeito estufa sem afetar o crescimento econômico e a qualidade de vida na Alemanha até 2020, afirmou um estudo publicado nesta terça-feira (25/09) pela Federação da Indústria Alemã (BDI) e o gabinete McKinsey. Para reduzir mais do que isto haveria custo econômico e a partir de 31% não é imaginável sem a manutenção da energia nuclear, escreveram os autores do estudo.
A Alemanha se comprometeu em reduzir 40% de suas emissões poluentes até 2020 com base nas quantidades de 1990. Esta é a primeira vez que um estudo sobre os custos da luta contra o aquecimento climático é feito do ponto de vista dos investidores, nos setores da construção, da indústria, da energia e dos transportes, segundo seus autores. O ministério alemão do Meio Ambiente cumprimentou em um comunicado "uma série de reflexões interessantes" do estudo, considerando as que constituem uma base para a cooperação estreita entre política e economia.
A presidente da associação ecológica Bund, Angelika Zahrnt, convidou por sua vez a Federação da Indústria a "ler o estudo do ministério do Meio Ambiente que mostra que podemos reduzir as emissões em 40% até 2020, mesmo sem a energia nuclear".
Segundo cálculos dos investidores entrevistados pelo McKinsey e pelo BDI, a redução sem perdas e nas condições atuais de um abandono progressivo do programa nuclear é possível até 26% daqui a 2020. Na verdade, o custo médio por tonelada de CO2 evitado seria de 20 euros, ou seja o equivalente ao valor do crédito de carbono obtido por tonelada de CO2 evitado e negociado na Bolsa européia do carbono. Com isso, o custo final seria nulo.
Para reduzir as emissões em mais de 31%, o custo seria de entre 32 e 175 euros por tonelada de CO2 evitado, segundo o estudo. O mercado europeu do carbono, inaugurado para negociação de "direitos de poluir" em janeiro de 2005, pretende reduzir as emissões de gases do efeito estufa, impondo cotas aos poluidores (fornecedores de energia e industriais).
"Os resultados deste estudo mostram claramente que a economia alemã, com seu potencial tecnológico, é a solução para o problema" das emissões de gás estufa, afirmou o presidente do BDI Jürgen Thumann. "Trata-se ainda de adotar uma política justa", acrescentou. Mais de 70 empresas e Federações do setor industrial participaram deste estudo, dirigido por especialistas.
(AFP, 25/09/2007)