(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2007-09-26
O Ministério Público Federal de Angra dos Reis (RJ) entrou com uma ação civil pública contra a União e a Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear), órgão responsável pela fiscalização do setor.

O MPF pretende impedir que a comissão conceda ou renove licenças para instalações nucleares. O procurador da República André de Vasconcelos Dias alega que a Cnen vive uma situação de "promiscuidade administrativa" por fiscalizar o setor e ser responsável por incentivar o uso da energia nuclear.

Caso o pedido do MPF seja aceito, isso poderia ameaçar a retomada de Angra 3, que precisa obter a licença da Cnen.

De acordo com a ação do MPF, a Cnen só poderia voltar a emitir licenças depois que fosse criado um órgão independente na área de proteção e segurança nuclear, com atribuições de regulação e fiscalização separadas das atividades de fomento, pesquisa, produção e desenvolvimento nuclear. Além disso, o procurador requer a criação de um sistema federal de fiscalização na área de radioproteção e segurança nuclear.

O descumprimento das determinações resultaria em multa de R$ 1 milhão por dia para a União e a Cnen e seus representantes legais.

Condições mínimas

Segundo Dias, além da falta de definição das atribuições da Cnen, o setor sofre com a falta de condições mínimas de fiscalização.

"Os pareceres dos fiscais têm sido sistematicamente ignorados pela Cnen. Não existe nenhum arcabouço legal que permita ao fiscal aplicar uma sanção, efetuar a interdição de uma instalação nuclear", disse.

Na ação, ele afirma que não existe a carreira de auditor fiscal em radioproteção e segurança nuclear e que formalmente a fiscalização do setor no Brasil é feita sem fiscais.

O procurador cita como exemplo um episódio em 2004 com a usina de beneficiamento de urânio de Caetité (BA). A usina é da INB (Indústrias Nucleares do Brasil), controlada pela Cnen. Segundo a ação, um parecer técnico de fiscais concluiu pela não emissão de autorização para a instalação, mas a avaliação foi desconsiderada pela Cnen.

A ação toma por base estudos da Afen (Associação dos Fiscais de Radioproteção e Segurança Nuclear) e um relatório da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara.

Segurança

"Se é uma opção política fazer uso da energia nuclear, é preciso garantir à coletividade os procedimentos mínimos de segurança. Para o governo é simples, basta separar a Cnen e garantir a questão da independência e autonomia das carreiras dos fiscais", disse o procurador, que classifica a situação do país como a de um "apagão nuclear".

Na ação, o MPF afirma que o modelo de regulação brasileiro só encontra semelhanças em países como Irã, Paquistão e Coréia do Norte.

A procuradoria de Angra enviou uma recomendação à Cnen, Eletrobrás e Eletronuclear para que tomem medidas para reduzir o impacto ambiental e humano do descomissionamento (descontaminação e desmantelamento após a vida útil) das usinas de Angra 1 e 2.

Segundo o procurador, é necessário criar fundos de US$ 200 milhões e US$ 240 milhões. O MPF quer que a Cnen avalie e defina os recursos necessários. Já para Eletrobrás e Eletronuclear, a procuradoria recomenda a constituição do fundo e o repasse dos recursos.

Outro lado

O presidente da Cnen, Odair Gonçalves, afirmou que atender ao pedido do Ministério Público Federal representaria uma ameaça para todo o sistema nuclear brasileiro.

"Seria absolutamente ilegal, tenho de apreciar e renovar licenças, faz parte da obrigação da comissão", disse. Segundo ele, no mundo inteiro as instituições do setor começam juntas e se separam conforme a definição do tamanho do programa nuclear.

"Antes de separar é preciso ter clareza do que é a política nuclear, que só começou a ser discutida novamente a partir de 2004."

(Por Janaina Lage, Folha de S.Paulo, 25/09/2007)



desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -