Durante cinco meses, projeto da prefeitura orçado em R$ 531 mil restaurará estrutura que é um dos símbolos da Revolução Farroupilha e está degradada por décadas sem manutençãoA travessia que se tornou um dos marcos da Revolução Farroupilha (1835-1845) começa a ser restaurada hoje. A Ponte da Azenha, no cruzamento das avenidas Ipiranga e Azenha, em Porto Alegre, passará por uma recuperação completa, prevista para durar cinco meses. Construída em 1935, a obra atual está danificada - a primeira foi erguida em 1777.

Ontem, uma das pistas exibia um buraco de cerca de um metro de diâmetro e 40 centímetros de profundidade, pegando muitos motoristas desprevenidos e obrigando a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) a interromper parcialmente o trecho para reparos emergenciais.

Além da cratera aberta no asfalto, pilares da lateral da ponte caíram, a iluminação original foi arrancada e parte do revestimento quebrou. Na parte de baixo, as rachaduras só não aparecem mais porque muitas estão cobertas por pichações.

Um projeto parado na prefeitura da Capital desde 2000 será executado pela empresa EPT Engenharia, vencedora da licitação de R$ 531 mil.

- A obra está num estado de degradação avançado pelo passar dos anos sem manutenção. Vamos fazer uma revitalização mantendo as características originais - diz Ricardo Barbedo Mesquita, diretor de Obras da Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov), responsável por fiscalizar a reconstrução.

Para conservar os traços da construção feita na década de 30, os engenheiros da empresa contratada usarão como guia fotos do Museu Joaquim Felizardo.

- É um trabalho minucioso. Vamos manter todos os detalhes do projeto original - lembra Claudia Veppo Gaier, engenheira encarregada da execução do projeto.

Além da beleza arquitetônica, a ponte tem importância histórica. Foi ali a primeira batalha da Revolução Farroupilha, em 20 setembro de 1835, quando ainda era outra construção.

Hoje, moradores de rua instalados no cruzamento devem ser encaminhados a abrigos da Capital. Durante a restauração, serão colocadas pedras pontiagudas na parte inferior para evitar novas aglomerações. Em um primeiro momento, a ponte não deverá ser interrompida ao trânsito de veículos.

- Depois da revitalização, essa ponte vai tornar-se ponto turístico da cidade - acredita Mesquita.

(Por Mauro Graeff, Zero Hora, 25/09/2007)