A partir dos portos de Aveiro, Figueira da Foz, Sines e Portimão está a ser feita, desde o final de 2006, a exportação de biomassa para países como Itália, Inglaterra ou Bélgica, onde a sua remuneração é mais elevada. A receita obtida chega a ser superior em 40 por cento à que é obtida no mercado interno consumidor de energia.
«É o nosso petróleo verde que estamos a perder e que pode levar ao fracasso do plano para as centrais de biomassa florestal que o Governo lançou a concurso, que precisam de 1,5 milhões de toneladas por ano de biomassa residual», denuncia o director-geral da Sobioen – Soluções de Bioenergia e Biomassa.
De acordo com Paulo Preto dos Santos, este era um problema também sentido por Espanha, mas que já foi resolvido. O Governo espanhol decidiu actualizar em alta a remuneração da electricidade produzida a partir da biomassa. Se anteriormente tinha uma das piores remunerações (cerca de 80 euros por MWh), agora beneficia de uma das melhores da Europa, com valores mínimos de 118 euros por MWh, podendo chegar aos 159 euros por MWh para espécies agrícolas ou silvícolas dedicadas.
Com esta revisão, que entrou em vigor a 1 de Julho, «o país vizinho agravará a tendência da saída de biomassa de Portugal para o exterior, nomeadamente para a própria Espanha, que está agora em condições de pagar substancialmente mais pela biomassa», alerta Preto dos Santos.
(Ambiente Online, 24/09/2007)