A chanceler alemã, Angela Merkel, deve defender a urgência de medidas contra a mudança climática nos discursos que fará nesta semana na 62ª reunião da Assembléia Geral da ONU e na conferência convocada pelo secretário-geral, Ban Ki-moon. Durante o evento, que tem início nesta terça-feira (25/09), Merkel terá também encontros bilaterais, inclusive com o presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Fontes do governo alemão informaram que Merkel concentrará boa parte de seu primeiro discurso na Assembléia Geral na necessidade de preparar um acordo pós-Kioto e fixar limites às emissões de dióxido de carbono. Neste ano, o tema central da Assembléia é a mudança climática. (Clique aqui para entender as causas e as conseqüências do aquecimento global)

Merkel irá falar também como atual presidente do G8 (grupo dos sete países mais industrializados mais a Rússia) e irá expor basicamente os objetivos da União Européia e do G8 até 2050: reduzir pela metade as emissões e limitar o aquecimento da Terra a 2ºC.

Na conferência convocada por Ban Ki-moon na segunda-feira (24), o discurso da chanceler será similar. Merkek se tornou porta-bandeira do combate à mudança climática na presidência da União Européia (UE), no primeiro semestre. A conferência, dividida em quatro mesas, terá como objetivo lançar um sinal positivo para a conferência de Bali no final do ano e deixar claro que a ONU "deve ser o centro dos esforços" da lutar contra a mudança climática, afirmaram fontes ligadas ao evento.

No discurso na ONU, Merkel pretende destacar a importância da organização como âmbito no qual devem ser abordados os problemas mundiais e, nesse contexto, falará de conflitos atuais. Além de Lula, Angela Merkel deve se encontrar com os presidentes da França, Nicolas Sarkozy, do Afeganistão, Hamid Karzai, com o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e com o enviado especial do Quarteto de Madri para o Oriente Médio, Tony Blair.

EUA e o clima
O presidente norte-americano, George W. Bush, fará sua própria conferência sobre a mudança climática nos dias 27 e 28, em Washington. Bush convidou, além da ONU, 15 países, entre eles a União Européia (UE) e onze dos países mais poluentes do planeta, como Brasil, Japão, Canadá, Coréia do Sul, México, Rússia, Austrália, Indonésia e África do Sul.

Ban foi convidado para a reunião de Washington e considera positiva a convocação de Bush, que só fará parte das discussões sobre esse assunto em um jantar na segunda-feira (24) oferecido pelo secretário-geral na sede das Nações Unidas. As discussões terão o formato de quatro grupos, nos quais serão analisados aspectos como adaptação, minimização dos efeitos, tecnologia e o financiamento das soluções para a mudança climática.

Além dos líderes mundiais, participarão o governador da Califórnia, o republicano Arnold Schwarzenegger, e o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, que se transformou no principal nome da luta contra o impacto do efeito estufa desde que, há um ano, produziu o filme e posterior livro "Uma Verdade Inconveniente".
(G1, 24/09/2007)