A mudança climática já provoca uma vasta reestruturação econômica e industrial planetária induzida pelas regulamentações públicas e as ações das empresas que se encaminham para esta postura, afirma uma pesquisa realizada com grandes grupos industriais mundiais. O estudo foi feito pelo Carbone Disclosure Project (CDP), organismo sem fins lucrativos com sede em Londres que representa 315 grandes investidores, como companhias de seguro e bancos.
O relatório do CPD, que vem sendo lançado anualmente há cinco anos, será apresentado em Nova York pelo ex-presidente Bill Clinton, em paralelo à cúpula sobre clima realizada na esfera das Nações Unidas. "Essa reestruturação [econômica e industrial] já começou a redefinir as bases competitivas e das atuações financeiras das empresas e de seus investidores", destaca o documento.
"Nós representamos os investidores e, em nome deles, pedimos às maiores companhias mundiais que revelem o volume de suas emissões de gás que produzem o efeito estufa e digam também como lidam com os riscos relacionados à mudança climática", explicou Paul Dickinson, diretor-geral do CDP.
A análise das respostas das 1.300 empresas que atuam nos setores de energia automobilística mostra que os grandes grupos industriais do mundo "elaboraram nos últimos anos estratégias e construíram estruturas para minimizar as conseqüências financeiras potencialmente negativas do aquecimento global e para melhorarem sua competitividade", de acordo com o relatório.
A pressão sobre as empresas para se adaptarem vem dos investidores "porque eles querem proteger seu dinheiro e se beneficiar o mais rápido possível das indústrias do futuro", explicou Dickinson. De acordo com o diretor-geral do CDP, o valor dos investimentos na "energia verde" já está na casa dos bilhões de dólares.
(France Presse, 24/09/2007)