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2007-09-24
Bicicleta, transporte coletivo, caminhada ou o que mais a criatividade permitir. A regra, no último sábado, foi deixar o automóvel ou a motocicleta na garagem e usar meios alternativos de transporte. No Dia Internacional Sem Meu Carro, 22 de setembro, questões como poluição, qualidade de vida, segurança e prevenção do efeito estufa estiveram em debate em 40 países. Em Pelotas, uma das primeiras cidades brasileiras a aderir ao movimento, o dia foi destinado a atividades educativas no Centro.

A faixa na rua Floriano Peixoto, no cruzamento com a 15 de Novembro, lembrava aos motoristas mais desatentos que o dia estava reservado à diminuição do consumo de combustível. Pela manhã, a rua ficou interditada até a General Osório e foi ponto de encontro de pedestres, ciclistas e agentes municipais de trânsito, que prestaram esclarecimentos e dicas de segurança à população.

Com apoio do Serviço Social do Transporte (Sest) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), a Secretaria Municipal de Segurança, Transporte e Trânsito (SMSTT) distribuiu panfletos e cartilhas sobre atitudes que cada condutor, pedestre, passageiro, motociclista, taxista e motoristas profissionais devem ter no trânsito.

Durante o evento, ciclistas que passaram pelo local tiveram suas bicicletas devidamente sinalizadas como exige a lei: olho-de-gato branco na frente, vermelho na traseira e amarelos nas laterais e nos pedais. A orientação também é da presença de campainha e espelho retrovisor esquerdo. O serralheiro Osni Tuchtenhagemm, que deixou o carro em casa e foi trabalhar de bicicleta, foi o primeiro da fila.

“O carro é cômodo porque tenho que levar minhas ferramentas, mas o trânsito está perigoso e atividades como essa são importantes”, disse. “Hoje, para aderir ao movimento, optei por fazer um orçamento de bicicleta. Depois vim conferir as atividades, mas notei que havia muitos carros ainda no trânsito.”

De acordo com avaliação da coordenadora de Educação para o Trânsito da SMSTT, Benhara de Castro Damero, apesar da chuva que inviabilizou atividades com as crianças e a escolinha de trânsito, o dia foi proveitoso por ter lançado reflexão sobre a presença dos automóveis nas cidades. “Só pelo fato da rua estar fechada, muitos motoristas pararam para olhar e perguntar sobre o movimento”, afirmou.

Exemplo de conscientização
O empresário Getúlio Gotuz-zo foi um dos motoristas pelotenses que deixaram o carro em casa e foi a pé para o trabalho. Durante a manhã, aproveitou a caminhada para conferir o movimento. “Acredito ser importante respeitar o planeta e fazer o máximo para que a poluição diminua. Sempre saio de carro que é uma necessidade para mim, mas hoje a prioridade de colaborar é a maior de todas porque se traduz em vida para o meio ambiente”, afirmou.

Sobre o movimento
A campanha do Dia Sem Meu Carro foi lançada em 1998 na França, com adesão de 35 cidades. Em 1999, houve a participação da Itália e 186 cidades participaram. O Brasil aderiu ao movimento internacional em 2001 e Pelotas foi uma das pioneiras. No último sábado, 54 cidades brasileiras incentivaram seus moradores a deixar seus automóveis na garagem, destas, nove são gaúchas.

(Diário Popular, 24/09/2007)


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