O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega nesta segunda-feira (24/09) a Nova York para participar da 62ª Assembléia Geral da ONU, na terça-feira. Ele aproveitará no discurso de abertura do evento - feito tradicionalmente pelo Brasil - para falar sobre aquecimento global e reforma das Nações Unidas, dois temas que dominarão as discussões, segundo fontes da área diplomática. Outros assuntos são a Rodada de Doha, na Organização Mundial do Comércio (OMC), Haiti e Metas do Milênio.
Na segunda-feira, após uma série de encontros bilaterais que incluem o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, Lula participará de um jantar com cerca de 20 chefes de Estado. O cardápio será o aquecimento global. Cada líder fará um discurso e o presidente brasileiro defenderá a posição do Brasil de que são necessárias responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Ou seja, os países industrializados, maiores emissores de gases que provocam o esfeito estufa na atmosfera, devem assumir compromissos mais rigorosos do que as nações emergentes.
No fim da tarde, Lula se encontra com Bush. Na ocasião também estarão presentes a secretária de Estado Condolleeza Rice, a secretária de Comércio Susan Schwab, Dan Fisk, membro do Conselho de Segurança dos EUA para a América Latina e o conselheiro Ed Gillespie, além do ministro Celso Amorim.
A pauta da conversa com Bush foi acertada pelas assessorias dos dois presidentes no fim de semana e vai incluir, na área econômica, temas relacionados ao comércio mundial e à Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio, além dos planos para a mudança da matriz energética americana na direção dos biocombustíveis. Na área política, os dois vão tratar da posição americana ainda resistente à reforma do Conselho de Segurança da ONU, com um assento permanente para o Brasil e fazer um balanço da situação do Haiti, que tem missão de paz da ONU liderada pelo Brasil.
Terça-feira, paralelamente à reunião, Lula voltará a ter encontros bilaterais. O destaque do dia será o presidente da França, Nicolas Sarkozy. O francês já fez declarações altamente favoráveis à política externa brasileira. Uma delas de apoio à candidatura do Brasil a uma vaga permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
(Por Eliane Oliveira, Marília Martins,
O Globo, 23/09/2007)