As organizações sociais, urbanas, camponesas e de desocupados, as assembléias populares e ambientais, os trabalhadores em defesa de suas fontes de trabalho, os organismos de direitos humanos, as organizações estudantis e comunitárias estão todos convidados a participar da marcha por um território livre e pela construção de uma nova sociedade, que na próxima segunda-feira (24/09) será realizada em Buenos Aires. A concentração será às 10 horas, em Retiro, de onde seguirão até a Praça de Maio.
"Cremos que é uma responsabilidade de todas e todos defender nosso direito a uma vida digna e aos bens da natureza", disseram os organizadores da marcha na convocatória. Eles querem defender o direito ao trabalho e a uma produção diversa e sustentável; o direito a uma soberania alimentar que permita uma alimentação com produtos sãos e a comercialização dos excedentes.
As reclamações e bandeiras de lutas se unirão na mobilização pela defesa dos direitos, contra a precarização da vida, o saque dos bens naturais e a contaminação. Durante o trajeto da marcha os manifestantes vão "apontar" os responsáveis diretos por essa situação. A jornada terminará com a leitura do documento consensual e a participação de artistas populares.
"Defendemos nosso território, enquanto empresários poderosos, em cumplicidade com policiais, juízes e políticos nos desalojam de nossas terras, contaminam a água e os solos com a mineração e as indústrias, nos deixam sem terrenos dignos para nossas moradias, e sem transportes que supram a nossas necessidades, como acontece com o trem", disse a convocatória.
Os marchantes criticam a contaminação produzida pelas empresas de celulose que não têm nenhum tipo de controle por parte da secretaria de Meio Ambiente; a contaminação produzida pela mineração a céu aberto - com regulamentações da época menemista; a desaparição dos bosques nativos, que em muitas regiões são desmontados para semear soja e outros cultivos transgênicos; e a sobre-exportação do petróleo, em relação à quantidade de reservas.
O que resulta em um saque paulatino que em alguns anos deixará os argentinos sem as riquezas da natureza, que são os bens naturais e culturais do povo. A falta de acesso à saúde, a má alimentação, a má educação também são temas da protesta, pois são parte das condições precárias de vida de milhões de cidadãos, geradas pelo saque do poder econômico estrangeiro e nacional.
(Adital, 21/09/2007)