Área de 12 mil hectares da mineradora MMX, localizada em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, potencializa conservação de ecossistemaUma Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) de 12 mil hectares, em processo de formalização pela empresa mineradora MMX, é o mais novo trecho a compor um corredor ecológico em formação no Pantanal, entre os Estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. A reserva, localizada ao sul do Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense, aumentará as chances de conservação da mais extensa área úmida contínua do planeta.
Outros cerca de 8.000 hectares do entorno da RPPN, que não puderam ser incorporados ao projeto pela existência de 27 famílias pantaneiras, também serão preservados, conforme compromisso assumido pela MMX. Há duas semanas, um grupo de jornalistas foi convidado pela empresa para participar de uma expedição de reconhecimento da reserva. A viagem, a partir da cidade de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, subiu o rio Paraguai em um barco-hotel. Foram mais de 12 horas de percurso até a sede administrativa, instalada em uma antiga fazenda.
Localizada na chamada serra do Amolar, próximo à divisa com o Mato Grosso, mas ainda no município de Corumbá, a área da futura RPPN apresenta flora e fauna típicas do Pantanal Sul - considerado por muitos especialistas um dos ecossistemas mais bem conservados e intocados do planeta. Uma diversidade de animais, como jacarés, ariranhas, veados e os mais diversos tipos de pássaros, puderam ser observados em abundância. A vegetação, fustigada pelos inúmeros incêndios registrados neste período de seca extrema, não apresentava a mesma exuberância.
O plano de manejo da reserva deve ser protocolado ainda neste ano. "Estamos realizando os trabalhos a todo vapor. A empresa quer o documento pronto até novembro para que seja levado ao Ibama o mais breve possível", afirmou o biólogo Carlos André Zucco, que foi contratado pela MMX para redigir o documento.
A RPPN serve de contrapartida da MMX para a região pantaneira, onde deverá explorar grandes reservas de minério de ferro do tipo granulado (lump), em uma mina de produção capaz de atingir 4,9 milhões de toneladas anuais. Os investimentos ainda incluem uma siderúrgica. "Estamos com expectativa muito positiva no conceito de conservação e preservação do Pantanal. A proposta é manter um processo de desenvolvimento, mas sempre focado nos interesses da comunidade", disse o gerente de meio ambiente da MMX, Nelson de Almeida Júnior.
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O Tempo, 24/09/2007)