Os países signatários do Protocolo de Montreal decidiram, na madrugada de sábado (22/09), acelerar o ritmo para pôr um fim à emissão de gases poluentes responsáveis pela destruição da camada de ozônio. Reunidas em Montreal, as autoridades de 191 países acordaram antecipar as metas de eliminação da produção e do consumo de hidroclorofluorcarbonos (HCFC), produtos utilizados na fabricação de itens como refrigeradores e ar-condicionado que contribuem para a deterioração da camada de ozônio da Terra e para o aquecimento do planeta.
Juntamente com a Argentina, o Brasil foi um dos proponentes dessas novas medidas acordadas, de acordo com o Pnuma. Os países desenvolvidos terão metas mais rigorosas do que as aplicadas aos países em desenvolvimento, devendo fazer uma eliminação mais rápida dos HCFCs. Em outras discussões, o Brasil tem defendido que as nações ricas assumam uma responsabilidade maior em questões como essa, porque há mais tempo contribuem em maior escala para a degradação do meio ambiente.
Segundo afirmou à Agência Telam a secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Argentina, Romina Picolotti, as novas medidas representam “um impacto positivo enorme para o planeta”. “Durante uma semana de negociações, conseguimos uma enorme contribuição de todos os países do mundo, e se obteve o consenso para aprová-lo [o acordo], o que não só beneficia a camada de ozônio mas também ajuda em relação às mudanças climáticas.”
Picolotti lembrou que será necessária uma colaboração adicional para que se atinjam as metas. Para ela, os países desenvolvidos deverão “garantir aos países em desenvolvimento que contaremos com os fundos suficientes para levar adiante esse desafio”.
De acordo com a página do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) na internet, ficou decidido que os países desenvolvidos reduzirão a produção e o consumo de HCFCs em 75%, até 2010. A meta para eles é, progressivamente, eliminar a utilização deste produto até 2020.
Já os países em desenvolvimento terão um pouco mais de tempo para cumprir essa meta. Segundo o acordo, eles estão comprometidos a, até 2030, deixar de fabricar produtos que contenham HCFCs. Ainda de acordo com as metas acertadas, até 2025, esses países assumem o compromisso de reduzir o consumo e o uso desses produtos na indústria em 67,5%.
As metas anteriores estavam entre 2030 e 2040, segundo o Pnuma. Os HCFCs, de acordo com o órgão da ONU, vinham substituindo os CFCs (clorofluorcarbonos) na indústria (gases prejudiciais ao ozônio que foram praticamente banidos) desde a década de 90, porém, nos últimos anos, pesquisas vêm apontando que, apesar de menos danosos à camada de ozônio, eles colaboram para o aquecimento global. A reunião no Canadá celebrou os 20 anos do Protocolo de Montreal.
(Por Marcos Chagas, Agência Brasil, 22/09/2007)