A coleta seletiva no Distrito Federal (DF) abrange apenas 3% das residências. Segundo a diretora-geral do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Fátima Có, o serviço é prestado somente nas quadras residenciais da Asa Sul e Asa Norte, dois bairros situados no Plano Piloto de Brasília. Atualmente, são coletadas cerca de 50 mil toneladas de lixo domiciliar por mês no DF.
Estimular a reciclagem é um dos principais objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, lançada no dia 6 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e encaminhada ao Congresso Nacional.
A diretora admite que o Distrito Federal está pelo menos 15 anos atrasado, em relação a outras cidades, no gerenciamento dos seus resíduos sólidos. Segundo ela, isso é fruto de falta de uma política adequada para o setor. Mas Fátima Có garante que o governo quer implantar a coleta seletiva em todo o DF num prazo de seis meses.
De acordo com ela, a coleta seletiva, que hoje é feita pelos servidores do SLU, será realizada também por cooperativas de catadores. E já estão sendo providenciados os locais para implantar os centros de triagem, onde é separado o lixo reciclável.
Atualmente, o material recolhido na coleta seletiva é encaminhado para uma usina de reciclagem, onde os catadores separam por tipo de resíduo. O restante do lixo, explicou a diretora, é dividido: metade é enviada para transformação em composto e a outra metade vai para o aterro sanitário.
Fátima Có avalia que, mesmo sem o hábito de separar o lixo, é possível mudar a mentalidade da população do Distrito Federal. “Sinto que há uma grande receptividade, apesar de as pessoas ainda não pensarem no lixo como responsabilidade delas. Essa conscientização de que todos nós somos responsáveis pelo nosso lixo ainda precisa de uma campanha de orientação”, afirma.
(Por Sabrina Craide, Agência Brasil, 23/09/2007)