O representante da missão permanente de Angola na Organização das Nações Unidas, Ismael Martins, afirmou em Nova Iorque que o país "tem contribuições muito importantes" sobre o impacto das alterações climáticas. O diplomata fundamenta a sua convicção no facto de Angola ser um dos maiores países africanos produtores de petróleo, um dos recursos que em seu entender precisa de ser gerido convenientemente em função do impacto que a sua exploração causa ao meio ambiente.
"A gestão dos recursos petrolíferos não pode ser feita apenas a nível da Organização dos Países Produtores de Petróleo, da qual Angola é membro, mas também a nível de acordos globais entre países consumidores e produtores do referido produto", disse. Em 1992, no Rio de Janeiro (Brasil), os países membros da ONU reuniram-se para adoptar medidas sobre a redução das alterações climáticas, mas o diplomata angolano na ONU disse que "infelizmente não foi assumido com toda a responsabilidade, por todos os países, a necessidade de atenuar o problema da emissão de carbono que provoca o aquecimento global.
"Temos estado a assistir, sobretudo recentemente, desastres naturais em função das alterações climáticas. Vemos vários desastres como tsunamis, cheias, etc. que são agora, muito frequentes em alguns países, incluindo na região austral do continente. É um problema global que já se está a tornar grave e que exige que os países se organizem de forma colectiva para tomar medidas", disse. Nesta sessão da Assembleia-Geral da ONU, os Chefes de Estado e de governos deverão analisar qual tem sido o cumprimento dos países membros da organização e as medidas a serem tomadas para que até 2012 o mundo assuma alguns desafios da humanidade relativos à redução do aquecimento global do planeta.
Ismael Martins referiu que em países da região austral do continente africano, como Angola, é mais difícil tomar medidas para erradicar a pobreza sem que sejam acompa- nhadas de outras que desagravem as alterações climáticas, que só pioram a situação de fome resultante de catástrofes naturais como a seca e as cheias. O diplomata angolano acredita que desta sessão especial sairá compromissos firmes sobre o combate ao aquecimento global pelo facto de estarem presentes líderes mundiais preocupados com esta situação.
(Jornal de Angola, 23/09/2007)