Representantes de cerca de 200 países, reunidos na cidade canadense de Montreal, decidiram adiantar em dez anos o prazo para que o mundo abandone o uso de um dos principais compostos químicos que prejudicam a camada de ozônio. A decisão se refere às substâncias chamadas HCFCs (hidroclorofluorcarbonos) e abrange tanto a produção quando o uso desses compostos.
A data original para que isso acontecesse era 2040, no caso dos países em desenvolvimento, e 2030, para os países mais ricos. Com a decisão deste sábado, esses prazos parassam a ser 2030 e 2020, respectivamente. O diretor-executivo do programa de Meio Ambiente da ONU, Achim Steiner, elogiou o acordo, dizendo que “este é talvez o mais importante avanço no processo de negociação internacional sobre o meio ambiente em pelo menos cinco ou seis anos”.
Aquecimento global
A redução do prazo foi anunciada ao fim de uma conferência organizada pela ONU em Montreal para marcar os 20 anos do lançamento, na mesma cidade, de um tratado estabelecendo o fim do uso e produção de CFCs (clorofluorcarbonos) prejudiciais à camada de ozônio, o Protocolo de Montreal. Os HCFCs são usados em aparelhos de ar condicionado, refrigeradores e outros produtos.
Segundo o acordo, anunciado neste sábado, os países em desenvolvimento, entre eles o Brasil, se comprometeram em cortar a produção e o consumo de HCFCs em 10% até 2010, em 35% até 2020 e em 67,5% em 2025, antes de tirar do mercado o composto. Autoridades presentes em Montreal saudaram o acordo como um avanço também no esforço para deter o aquecimento global.
Segundo a agência Reuters, o governo americano sustenta que o fim do uso dos HCFCs vai ter duas vezes mais impacto do que o Protocolo de Kyoto – nunca ratificado pelos Estados Unidos – no combate ao fenômeno. “Os governos tiveram uma oportunidade de ouro de lidar com os desafios gêmeos das mudanças climáticas e da proteção da camada de ozônio e aproveitaram essa oportunidade”, disse Steiner. “O montante preciso e final de gases do efeito estufa não lançados na atmosfera pode chegar a várias bilhões de toneladas.”
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