Secretarias do governo de São Paulo fazendo um maior uso racional da água. Esta é a proposta que será discutida nesta segunda-feira (24/09) entre a secretária estadual de Saneamento e Energia, Dilma Seli Pena, e representantes das instituições que coordenaram o manual Conservação e Reúso da Água em Edificações: Agência Nacional de Águas (ANA), Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Na reunião de trabalho, que ocorrerá às 15h na sede da Secretaria, também estará representado o Sindicato da Indústria de Artefatos de Metais Não Ferrosos no Estado de São Paulo (Siamfesp).
A proposta que será discutida sugere que vários setores do governo paulista adotem medidas contidas no manual – um maior uso de equipamentos os quais reduzem o consumo indiscriminado de água é uma delas. Na área de educação, por exemplo, as escolas passariam a ter torneiras que gastam menos água. Em presídios, os chuveiros também consumiriam menos. Até mesmo os prédios administrativos adotariam o uso de equipamentos mais eficientes.
Antonio Félix Domingues, coordenador-geral das assessorias da ANA, que participará da reunião de trabalho, frisa que ações de uso racional – como as sugeridas pelo manual – amenizam o problema da escassez de água, fenômeno enfrentado atualmente pelo estado de São Paulo. Metade da água da Região Metropolitana de São Paulo vem transposta da bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. “Cada vez mais, teremos água mais cara, pois a buscaremos mais longe”, conclui.
O governo paulista já vem adotando práticas de uso racional da água. A Universidade de São Paulo (USP), o Hospital das Clínicas, a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) e o Palácio dos Bandeirantes já aproveitam melhor a água. Com um investimento de R$ 212 mil, a partir da aplicação das ações do Programa de Uso Racional da Água da USP (PURA/USP), a Ceagesp reduziu o consumo mensal de 65 milhões de litros para 44,5 milhões de litros. Em apenas um mês, a Companhia economizou R$ 238 mil.
O manual
A publicação Conservação e Reúso da Água em Edificações – que contou com a participação de grandes universidades brasileiras e técnicos do setor – tem o objetivo de trazer orientações para a implantação de programas de conservação de água em edificações comerciais, residenciais e industriais. Uma destas orientações é o detalhamento do desperdício de água que vários equipamentos sanitários podem causar. Em apenas um dia, segundo o manual, uma torneira mal fechada e gotejando lentamente pode perder entre seis e dez litros de água.
Um exemplo contido no manual aponta que a aplicação de um registro restritor de vazão, num edifício residencial de São Paulo, provocou a diminuição da vazão dos chuveiros de 440ml por segundo para 120ml – uma redução de até 73%.
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(Ascom ANA, 21/09/2007)