Milhares de pessoas buscavam desesperadamente neste domingo abrigo e comida em vários países africanos afetados por novas inundações --que têm dificultado a chegada de ajuda humanitária. Estas são as piores inundações na África em 30 anos, com mais de 300 mortos e 1,5 milhão de desabrigados em 18 países.
"Tivemos um curto período de três dias sem chuvas, mas nas últimas 24 horas chove sem parar, o que impede o tráfego pelas estradas", declarou à AFP Musa Ecweru, ministro de Ajuda Humanitária e Refugiados de Uganda, um dos países mais atingidos. Segundo o governo ugandense, as inundações já deixaram 18 mortos e 500 mil desabrigados no país, e destruíram plantações em diversas zonas.
No Quênia, a chuva está dificultando os serviços de salvamento e retardando o envio de ajuda humanitária. Segundo a Cruz Vermelha, há 6 mil pessoas "totalmente isoladas". Na África ocidental, pouco habituada a fortes chuvas, as inundações têm provocado situações catastróficas, destruindo plantações e infra-estruturas.
"Há todos os elementos para agravar a precária situação sanitária e de segurança alimentar" no oeste da África, alertou a OMS (Organização Mundial de Saúde). Segundo o organismo, há pelo menos 500 mil atingidos pelas inundações em 12 países da África ocidental, que estão ameaçados por malária e diarréia, entre outras doenças.
No Mali, as inundações já deixaram 9 mortos, 17 feridos e mais de 41.500 desabrigados, enquanto as autoridades do Togo informam 20 óbitos, 60 feridos e 66 mil atingidos. Na Argélia, as chuvas mataram 13 pessoas e isolaram várias aldeias do país. Mauritânia, Níger, Etiópia e Sudão também sofrem com as inundações das últimas semanas.
(France Presse, 23/09/2007)