Da vegetação existente no Rio Grande do Sul, entre florestas e campos, apenas 34% conta com cobertura natural. O restante sofreu modificações ao longo dos anos, principalmente pela agricultura (plantio de arroz e soja), silvicultura e expansão urbana. Os dados fazem parte de um mapeamento realizado por pesquisadores da Ufrgs e concluído neste mês. A maior parte das alterações se deu sobre áreas de florestas.
Entre os dados que chamaram a atenção, está a situação das florestas nativas. Em relação às araucárias, resta apenas 20%. Nas áreas de campo, a cobertura natural é maior, segundo o coordenador do mapeamento, Heinrich Hasenack. Na Campanha, o percentual fica entre 45% e 50%. Já nas regiões do Litoral e Depressão Central, o índice de cobertura natural está em torno de 15%. 'Existem áreas suficientes para expansão, sem comprometer o campo nativo', destaca Hasenack.
O trabalho nasceu de um mapeamento sobre a cobertura vegetal natural do bioma Pampa no Rio Grande do Sul, feito pelos pesquisadores da Ufrgs, que venceu o edital do Ministério do Meio Ambiente. A pesquisa começou em 2004 e foi concluída no começo de 2007. A partir dos resultados, o grupo resolveu expandir o estudo ao restante do território estadual. O mapeamento foi realizado a partir de imagens captadas por satélite e envolveu integrantes do Centro de Ecologia, do Departamento de Botânica e do Centro de Sensoriamento Remoto. O último mapeamento da vegetação do Rio Grande do Sul, abrangendo a totalidade de seu território, foi realizado pelo projeto Radambrasil, na década de 70, que serviu de base para o novo estudo.
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Correio do Povo, 23/09/2007)